A juíza da 1ª Vara de Execuções Criminais de Getúlio Vargas, Mariana Bezerra Salamé, tem a informação preliminar de que o incêndio que causou a morte de quatro detentos no presídio estadual teria sido ordenado por um preso do regime semiaberto que pleiteava um benefício.
Para a magistrada, inicialmente, as informações apontam para um fato isolado, que não teria relação direta com o movimento grevista dos agentes penitenciários no Estado. Mas o episódio ainda está sendo apurado. Autoridades vão se reunir no começo da tarde no fórum da cidade.
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– As visitas não estavam suspensas, estava tudo funcionando. Teria sido um fato isolado, um detento do semiaberto teria ordenado a outro que colocasse fogo. Este detento queria a prisão domiciliar. Depois de dar a ordem, ele saiu para serviço externo – explicou a juíza.
A magistrada ressaltou que as informações são preliminares, ainda dependendo de maior apuração. No começo da tarde, autoridades vão se reunir no fórum para definir os próximos passos. O presídio teve a rede elétrica danificada pelo incêndio e, agora, é preciso definir o que fazer com os cerca de 130 detentos, que não querem ser transferidos da cidade.
Mariana destacou a ação dos próprios apenados do regime fechado para tentar salvar companheiros:
– A tragédia só não foi maior porque dois presos conseguiram salvar muitos colegas. O preso que está na UTI em estado grave já estava engolindo a língua. Os presos usaram um cabo de vassoura para evitar. E esses dois também estão agora hospitalizados porque inalaram muita fumaça.
Na manhã desta quarta-feira, um incêndio atingiu o Presídio Estadual de Getúlio Vargas, no Norte do Estado. O fogo teria começado na ala do regime semiaberto, espalhando fumaça. As vítimas fatais - quatro detentos do regime fechado - teriam morrido por asfixia.