Após divulgar que traficantes planejavam matar uma juíza, os familiares dela e policiais civis da Região Metropolitana de Porto Alegre, a investigação sobre o caso revela que a execução iria ocorrer logo após a saída dos bandidos da prisão. Pelo menos cinco executores da organização criminosa seguem detidos e poderiam receber liberdade provisória, dependendo do caso, já a partir do próximo ano. As informações são do blog Caso de Polícia.
O delegado Marco Antônio Duarte de Souza, da Divisão Judiciária e de Operações, destaca que não havia data para colocar em prática o plano, mas revela que os líderes do grupo – pelo menos 15 que seguem no sistema prisional – estavam esperando apenas pela soltura dos comparsas. Os criminosos pretendiam se vingar das autoridades que efetuaram prisões de integrantes da quadrilha.
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Divulgação
Duarte de Souza entende que, a partir da divulgação do fato, a polícia dificultou a execução do esquema. Primeiro porque agora os autores sabem que se houver algum problema com os alvos, eles serão os primeiros suspeitos. Em segundo lugar, porque as autoridades vão manter os envolvidos por mais tempo presos até que não se tenha mais risco.
O plano foi elaborado dentro do Presídio Central. O principal articulador e líder da quadrilha, identificado como Vinícius Otto, foi transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e a polícia vai tentar novamente transferi-lo para um presídio federal.
Investigação
Depois de cumprir mandado de busca na casa de um PM no Vale do Taquari, na última sexta-feira, investigado por repassar a própria senha do sistema integrado de segurança para os criminosos, a polícia começou a analisar documentos apreendidos. Testemunhas também irão depor e uma auditoria deve revelar em breve se mais brigadianos estariam envolvidos no esquema.
Quadrilha
A quadrilha pretendia se vingar dos policiais que prenderam mais de 120 traficantes a partir de uma megaoperação realizada em junho do ano passado. A juíza, que foi transferida para outra comarca, concedeu pedidos de prisões e aceitou denúncias que deram origem a mais de 40 processos judiciais.
O grupo, que tinha base em Gravataí, sofre uma devassa financeira através de apreensão de bens e de bloqueio de contas bancárias. Esses traficantes possuíam até o chamado "caveirão", um carro blindado de forma artesanal com chapas de aço. O veículo era utilizado em confrontos e para execuções.