Única pessoa presente no comitê de campanha de Nelson Marchezan Júnior (PSDB), na esquina das avenidas Ipiranga e Azenha, na madrugada desta segunda-feira, o vigilante Fábio Sartori Pinto, 41 anos, conta que o local foi atacado a tiros duas vezes. Na primeira vez, por volta de meia-noite, dois disparos teriam trincado parte das janelas. Depois de pedir reforço, perto de 1h20min, Pinto conta que os cerca de 10 tiros acabaram estourando parte dos vidros do segundo andar do prédio.
– Procurei me proteger, mas não tinha muito como, porque é tudo vidro. Então me atirei no chão até o fim da situação. Aguardei acabar para ver o que aconteceu e chamar ajuda – lembra o vigia, que estava com mais três pessoas quando o segundo ataque aconteceu.
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Com 21 anos de experiência em segurança privada, Pinto diz que não estava armado, pois não poderia reagir sob risco de atingir outras pessoas na rua, nem usava colete balístico. Segundo ele, sua função, nos plantões noturnos, é evitar vandalismos, pois o comitê não guarda objetos de valor que poderiam ser roubados, e chamar ajuda caso necessário. Durante o dia, a segurança do comitê é reforçada.
– Já trabalhei em diversas situações de escolta armada carro-forte, estou calejado. Por isso, medo não dá, mas a gente fica apreensivo, tenso. Até porque os disparos foram na minha direção nas duas vezes – conta o vigilante.
Pinto diz que registrou ocorrência no Palácio da Polícia logo após o primeiro ataque e, no segundo, ligou para a equipe de segurança da campanha de Marchezan e também para a Brigada Militar. Segundo ele, funcionários da empresa terceirizada perseguiram o Focus prata, com placas de Ijuí, de onde teriam partiram os disparos. No entanto, o veículo sumiu e, até as 8h, ninguém havia sido preso.
Além da equipe de segurança, responsáveis pela campanha de Marchezan foram até o comitê ainda na madrugada. O candidato foi avisado, mas não foi ao local.
A Polícia Civil investiga a autoria e a motivação dos ataques.
*ZERO HORA