A superintendente dos Serviços Penitenciários, Marli Stock, admite a necessidade de construção de uma penitenciária de segurança máxima no Rio Grande do Sul. A manifestação consta em ofício enviado ao Poder Judiciário com data de 21 de outubro deste ano.
A declaração foi em resposta a um ofício enviado pelo juiz da 2ª Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Sidinei Brzusca. Ele reiterava que a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) não poderia mais ser considerada de segurança máxima, principalmente em razão da entrada, em grande número, de celulares
O magistrado justifica um dos vários motivos para este rebaixamento de segurança.
"Na Pasc, o preso faz várias funções que não são as suas, como cortar grama, fazer comida, limpar o local e ainda comprar muitos produtos que deveriam ser comprados pelo Estado", destaca.
No ofício, Marli Stock afirma que "já se passaram 20 anos da construção e, para atualização de seu projeto arquitetônico, é preciso que se construa solidário individual, pátio de visita independente aos familiares, guaritas modernizadas, entre outras necessidades, adequando-a um programa de necessidade específico e atual".
Marli disse que vem discutindo essa questão com o Departamento Penitenciário Nacional.
Operação
Nesta segunda-feira (16), a Polícia Civil realizou operação de combate a crimes comandados de dentro da Pasc, por meio de ligações feitas de celular. Entre os envolvidos, estão o bandido José Carlos dos Santos, o Seco, responsável por uma série de roubos a blindados, e o traficante Juraci Oliveira da Silva, o Jura. Ele é comandante da venda de drogas no Campo da Tuca, zona leste da Capital, e envolvido no assassinato do vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Marco Antônio Becker, em 2008.