A execução de Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, 32 anos, em pleno refeitório do Pavilhão A da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), na última quinta, não poderia ter sido evitada pelos agentes penitenciários com a atual estrutura mantida pelo Estado na guarda das prisões. Esta é a opinião do presidente do Sindicado dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul, Flávio Berneira Júnior.
Segundo ele, mesmo que a agente tivesse percebido a ação dos detentos pelo monitoramento das câmeras, não poderia intervir.
- Se ela tentasse uma intervenção física com agentes, desguarneceria outras áreas importantes da penitenciária. E a consequência poderia ser ainda pior. A importância das imagens é para identificar os autores de um crime que até pouco tempo atrás ficava sem autoria - comenta.
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Com o déficit de servidores que, segundo o sindicato, ultrapassa os 80% em todo o Estado, não há mais uma força-tarefa na Pasc. Este grupo garantiria uma equipe sempre de prontidão para casos de emergência. Nas atuais condições, uma intervenção só seria possível se agentes fossem mobilizados de outros setores.
- Exigiria muito tempo e deixaria livres outras galerias - argumenta Flávio.
O ideal seria a presença de pelo menos quatro agentes ao redor do refeitório, mas havia só dois. E nenhum no mezanino, que serve para controlar a movimentação no setor com visão ampla. Naquele dia, havia 28 agentes para controlar toda a Pasc. O normal seriam 40.
Na manhã da última quinta, uma agente novata da Susepe cumpria o seu terceiro plantão - o primeiro na sala de monitoramento - na Pasc. Era responsabilidade dela controlar os movimentos de 60 câmeras de monitoramento divididas entre três monitores. Uma atividade que, conforme o sindicato, deveria ser exercida por dois agentes.
A servidora não teria percebido a movimentação no Pavilhão A. Momentos antes do crime, outro agente teria entrado na sala de monitoramento e aproximado imagens de outro pavilhão, onde presos ameaçavam danificar lâmpadas, o que poderia provocar um incêndio.
Na manhã de sexta, os agentes envolvidos no controle do Pavilhão A no momento do crime devem ser ouvidos na DP de Charqueadas. Até o final das investigações, eles, o diretor da Pasc e o chefe de segurança estão afastados de suas funções.
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Flávio Berneira Júnior afirma que agentes na Pasc, no momento da morte de Teréu, estavam em número insuficiente. Uma intervenção, segundo ele, desguarneceria outras áreas da penitenciária.
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