A operação policial realizada nessa quarta-feira (29) na Capital descobriu que a quadrilha que praticava os abortos no bairro Floresta possuía diversas requisições médicas em nome da ginecologista Marcia Sudbrack. A doutora, que trabalha no Hospital Santa Casa, nega envolvimento com os integrantes da clínica de aborto.
"Fui pega de surpresa. Eu realmente não sei do que se trata. Eu tive meu nome usado em um atestado falso, deve estar relacionado com isto. Inclusive registrei ocorrência policial. Meu carimbo deve ter sido falsificado. Levei um susto com esta informação", afirma a médica.
Investigação
Durante cinco meses, a reportagem da Rádio Gaúcha investigou uma rede de médicos, enfermeiros, agenciadores e seguranças que chegavam a realizar até cinco abortos por dia em uma clínica em Porto Alegre. Durante a apuração, a reportagem constatou que essas pessoas atuavam dentro de uma organização criminosa, formada por núcleos na Capital gaúcha e também em São Paulo.
Agenciadores encaminhavam pacientes para a clínica, no Bairro Floresta, e também comercializam medicamentos abortivos para vários estados do Brasil. A reportagem entregou as provas para a polícia, que cumpre busca e apreensões nesta quarta-feira.
De acordo com a Secretária Estadual da Saúde, apenas neste ano 5.343 mulheres buscaram atendimento médico por complicações decorrentes de abortos espontâneos e ilegais.
Veja vídeo da operação:
Como denunciar uma clínica de aborto:
Ligue para o 181. Você precisa ter o máximo de informações sobre a casa, como local e horário onde ocorre o procedimento. As denúncias podem ser efetuadas de qualquer telefone. A privacidade do denunciante em momento algum será exposta. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer município do Estado.