A direção do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) está em busca, na manhã desta segunda-feira (13), de informações sobre as circunstâncias que resultaram na execução de um paciente dentro do Hospital Cristo Redentor na noite passada. Entre os elementos que podem ajudar a esclarecer o episódio, imagens de câmeras de segurança.
César da Fé Bugmear, de 42 anos, foi morto no quarto 426, no 4º andar do hospital. Ele levou dois tiros na cabeça. O autor do crime fugiu. Em entrevista esta manhã ao Gaúcha Atualidade, o superintendente do GHC avaliou que o caso tem relação com o tráfico de drogas, mas negou que haja problemas de segurança no hospital.
"Essa situação da guerra do tráfico é brutal e o problema não é novo. Ela também atinge esse ambiente (do hospital)", diz Nery Paes.
O Hospital Cristo Redentor é referência no acolhimento de feridos por traumas na zona norte de Porto Alegre e parte da Região Metropolitana. O quarto andar costuma ser reservado para pessoas baleadas. Segundo Carlos Nery Paes, a Brigada Militar é informada quando pacientes com este perfil dão baixa na instituiçao.
"A Brigada Militar tem nos dado apoio sempre que solicitamos. Em algumas situações, imediatamente se deslocam. Desse ponto de vista, acreditamos que a abordagem por parte dos órgãos de segurança tem sido adequada", afirma o superintendente do GHC.
O comandante do 11º Batalhão de Policia Militar, responsável pelo policiamento na região do hospital, negou que tenha recebido pedido formal de reforço na segurança no Cristo Redentor. Segundo o tenente coronel Eduardo Biacchi, mesmo assim a Brigada Militar havia reforçado as rondas ao redor do hospital por saber que pacientes baleados haviam dado entrada no final de semana.
"Não fui demandado nesse sentido. A administração do hospital tem meu telefone. De qualquer forma, sabíamos da situação e reforçamos a segurança", explica o comandante do 11º BPM. O tenente coronel disse ainda que é inviável a designação de uma viatura fixa no hospital, devido à grande demanda.
Segundo a Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, o quarto andar do Cristo Redentor não possui câmeras de segurança. A entidade afirma ainda que a viatura da Brigada Militar designada para ficar em frente à instituição não estava no local a noite passada.
Os servidores estão organizando para amanhã um protesto e existe a possibilidade de paralisação das atividades, o que será decidade hoje. Este não é o primeiro caso de paciente baleado dentro do Hospital Cristo Redentor. Em agosto do ano passado, um homem de 27 anos que estava internado levou um tiro, mas sobreviveu.