A Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) admitiu que houve falha na comunicação do rompimento de uma tornozeleira eletrônica após detento do regime semiaberto retirar equipamento e colocar em um galo na cidade de Canoas. O chefe de divisão de monitoramento eletrônico, César Moreira, ressalta que o sistema funcionou e informou sobre o problema.
A falha, segundo ele, houve no alerta que deveria ser repassado para o Judiciário e para a polícia. Na última quarta-feira, a Brigada Militar prendeu o detendo em uma casa considerada ponto de tráfico em Canoas e encontrou a tornozeleira, por acaso, no pescoço de um galo. No sistema, ele não constava como foragido e a situação estava regular, conforme o monitoramento eletrônico.
Uma sindicância instaurada nesta sexta-feira (15) vai apurar a falha. O juiz da Vara de Execuções de Porto Alegre Sidinei Brzuska diz que o monitoramento e a comunicação precisam ser mais eficazes e que neste caso, em um sistema de consulta integrada, o preso ainda se encontrava em situação regular quando foi encontrado.
O juiz encaminhou hoje um pedido formal de explicação à Susepe sobre o caso. Para Sidinei Brzuska não pode haver atraso no lançamento da fuga no sistema porque prejudica na recaptura do apenado. Ele lembrou o fato de um PM morto na zona sul da Capital, por um detendo que usava tornozeleira, mas não estava mais sendo monitorado por falha no equipamento. O fato ocorreu em maio.
Tornozeleiras
A Susepe informa que atualmente 1.313 presos dos regimes aberto e semiaberto utilizam tornozeleira em cinco varas criminais: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Vacaria e Santa Maria. Na próxima semana serão encaminhados os equipamentos par apresos de Passo Fundo e no dia 25, Santa Cruz.
Já passaram por monitoramento eletrônico, desde o ano passado, 3,1 mil detentos. Deste total, 150 romperam o lacre, o que representa 5%. Outros 140 reincidiram no crime, o que representa 4%. Segundo a Susepe, a média de reincidência no sistema aberto e semiaberto convencional é de até 13%. O objetivo é colocar tornozeleiras em todos os detentos do regime aberto e semiaberto. Atualmente 20% deles utilizam.