A uma semana da troca no comando da Brigada Militar, com data marcada e preparativos para a solenidade, em 30 de janeiro, segue como segredo de estado o nome do novo comandante-geral da corporação. Sabe-se que dois coronéis são os candidatos mais cotados ao posto máximo da BM. Ontem, em um almoço no Palácio Piratini, onde o governador Tarso Genro recebeu secretários e a cúpula da segurança pública, os nomes deles foram citados: são eles Fábio Duarte Fernandes, subchefe de operações da Casa Militar, e Altair de Freitas Cunha, atual subcomandante-geral da BM.
De um rol de 39 coronéis, Fábio e Altair são os nomes mais fortes para substituir o coronel Sérgio Roberto de Abreu, que se aposenta obrigatoriamente em fevereiro ao completar 35 anos de serviço, conforme determinação legal.
Os dois oficiais mais cotados para comandar a BM têm perfis diferentes. Fábio chegou a essa condição por questões políticas, e Altair por integrar o quartel-general e conhecer as rotinas do comando. Militante do PT e homem de confiança do Piratini, Fábio trabalhou por mais de cinco anos na bancada do partido na Assembleia.
Começou o governo Tarso como major. E, entre abril de 2011 e junho de 2012, subiu dois degraus na carreira, chegando a coronel, favorecido por uma polêmica que mudou regras na BM - reduziu de dois para um ano o tempo mínimo para promoções em postos de oficiais - elaboradas pelo governo Tarso.
Um dos oficiais sofre resistências internas
Por estar muito tempo fora dos quartéis, Fábio sofre resistências internas na BM. Além disso, é lembrado pela tropa por ter sido relacionado, em 2010, com outros 26 servidores do Legislativo como beneficiários de pagamento indevido de valores, em razão de um descontrole na folha salarial. Fábio recebeu R$ 120,3 mil, sem ter direito, a mais nos seus vencimentos, e está devolvendo parceladamente o dinheiro ao erário.
O coronel Altair esteve fora da disputa até meados do ano passado. Sem afinidade com o PT, ele já tinha declarado que se aposenta em fevereiro de 2014 e não teria tempo hábil para colocar em prática um plano de trabalho.
Porém, Altair, aos poucos, vem ganhando prestígio dentro e fora da BM pelo bom relacionamento com os praças, por ações bem-sucedidas e pela capacidade de organizar grandes operações. Uma delas foi a de mobilizar a tropa para sufocar uma suposta tentativa de atentados contra PMs, em novembro.
Outra ofensiva foi em Cotiporã, na Serra, quando comandou a desarticulação de uma quadrilha de assaltantes que usava explosivos para atacar bancos e caixas eletrônicos. Mas o fato de ele ter de ir para a reserva em 2014 pesa contra sua nomeação, pois em menos de um ano o governo teria de modificar a cúpula novamente.
Posto em disputa
Dois coronéis são os mais cotados para comando da Brigada Militar
Novo comandante deverá assumir a mais alta função da corporação em solenidade em 30 de janeiro
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