A doação de medula óssea, substância de rara compatibilidade entre pessoas que não possuem o mesmo DNA, pode ser a única possibilidade de salvar a vida de alguém no enfrentamento de uma doença que afeta as células sanguíneas. Desde 2009, realiza-se no Brasil, entre 14 e 21 de dezembro, a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, com o objetivo de conscientizar e esclarecer questões sobre o procedimento.
O que é
A medula óssea é uma substância encontrada no interior dos ossos e que possui células-tronco capazes de produzir componentes sanguíneos, como os leucócitos e os glóbulos vermelhos e brancos.
Quem precisa
Os beneficiados pela doação são pacientes de alguma doença que afeta a capacidade de produção desses componentes sanguíneos. A mais conhecida é a leucemia, mas há ainda quadros, como aplasia de medula óssea e síndromes de imunodeficiência congênita, que podem demandar o transplante de medula.
Quem pode doar
Para estar apto, o doador precisa ter entre 18 e 55 anos, apresentar bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue nem histórico de doenças neoplásicas, hematológicas ou autoimunes.
O doador precisa ir a um hemocentro com um documento original com foto e fazer um cadastro a partir do preenchimento de um formulário. No cadastramento, também é realizada a coleta de uma amostra de sangue, usada para teste de compatibilidade.
O Redome
Os dados ficam armazenados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que contata o voluntário para mais testes em caso de identificação de compatibilidade com algum paciente que necessite de transplante. Por isso, é importante que os doadores mantenham seus dados atualizados neste site.
A doação
A coleta da medula óssea é realizada por meio de procedimento cirúrgico em um hemocentro. Sob anestesia, o doador recebe punções no osso do quadril para retirada da medula. O processo dura cerca de 90 minutos e requer internação de 24 horas.
Outra forma de realizar é a doação por aférese, que retira as células tronco diretamente da corrente sanguínea. O procedimento leva entre três e quatro horas e requer o uso prévio de medicação para estimular a produção de células-tronco.
O método será discutido e sugerido pelo médico responsável.
Reações
Doadores pelo método de punção costumam apresentar dor na região do quadril, onde é realizado o procedimento. Após a doação, é preciso ficar afastado das atividades habituais por uma semana após a coleta.
Pelo método de aférese, é possível que o doador apresente um quadro gripal devido ao uso do medicamento para aumentar a produção de células-tronco.
Em ambos os casos, a medula óssea se regenera naturalmente, voltando ao seu estado habitual no organismo após cerca de duas semanas.
O paciente
Antes de receber a medula, o paciente precisa passar por um processo químio ou radioterápico que destrói a própria medula óssea. Então, está apto para receber, por meio de transfusão, a medula compatível do doador. As células-tronco passam a se reproduzir e em três semanas já estão produzindo novas células sanguíneas.
Produção: Állisson Santiago
Fonte: Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Ministério da Saúde