Alimentar-se corretamente é um desafio frequente na rotina dos brasileiros. Quem é que nunca deixou de almoçar para dar conta de um compromisso ou de tomar um bom café da manhã por estar atrasado? Quando isso ocorre uma vez ou outra não há grandes problemas, mas se essa falta de atenção às refeições for frequente, pode gerar problemas de saúde por falta de vitaminas e minerais, essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Em algumas situações, a quantidade dessas substâncias pode atingir níveis preocupantes, tanto para mais quanto para menos. Apesar de haver uma oferta ampla de complementos vitamínicos e minerais no mercado e de a compra de alguns desses produtos não precisar de receita, é importante conhecer para quem e quando essa suplementação deve ser adotada.
O que é?
É um tratamento indicado para pessoas com algum tipo de déficit de vitaminas ou minerais no organismo. A complementação deve ser receitada por um médico ou acompanhada por um nutricionista, pois a dosagem das substâncias precisa ser adequada à necessidade individual do paciente.
Quem precisa?
Na maioria dos casos, fazer uma alimentação balanceada, com frutas, legumes, verduras, cereais e carnes, é mais do que o suficiente para manter os níveis adequados de vitaminas e minerais de que o organismo necessita. No entanto, na correria do dia a dia, muitas pessoas não conseguem preservar uma dieta adequada e acabam deixando de consumir essas substâncias.
Casos específicos
Além da má alimentação, há alguns grupos, independentemente da qualidade da dieta adotada, que podem necessitar de complementação:
- Idosos: com o passar dos anos, tende a diminuir a absorção de cálcio – mineral presente principalmente em laticínios. Também diminui a absorção de vitaminas como a B12 e a D, podendo ser recomendada a complementação.
- Atletas: necessitam de quantidades maiores do que as normais de ferro e vitamina D.
- Gestantes: as futuras mamães podem precisar de acréscimo na ingestão das vitaminas e minerais, especialmente ferro, cálcio e vitamina D, tanto no período da gestação quanto no da amamentação. Outra substância que pode ser complementada é o ácido fólico, que pode prevenir má formação do feto.
- Diabéticos: por conta da medicação, podem apresentar deficiência de vitamina B12, caso o consumo de alimentos que contenham a substância não seja reforçado. Esse tipo de insuficiência pode ocorrer também em obesos e pessoas que realizaram procedimento bariátrico.
- Vegetarianos e veganos: apresentam níveis baixos de vitaminas do complexo B, especialmente a B12, encontrada em alimentos de origem animal.
Multivitamínicos
De maneira geral, a complementação alimentar por meio da suplementação vitamínica e mineral – aquelas cápsulas com múltiplos micronutrientes – não é indicada pelos profissionais da saúde. Bastante populares e vendidos sem receita em farmácias e até supermercados, só devem ser utilizados em situações específicas, como, por exemplo, quando há necessidade de reposição de alguma(s) vitamina(s) e/ou mineral em déficit no organismo.
Apesar de alguns produtos prometerem melhora na qualidade de vida, como regulação do sono, diminuição do estresse, entre outro benefícios, a nutricionista Monica Assunção, presidente da Associação Alagoana de Nutrição e indicada pela Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), afirma que não há relação direta com o consumo de polivitamínicos.
— A suplementação é indicada para quem não consegue atingir a quantidade de vitamina ou mineral necessária. Há suplementos que podem ajudar a reduzir o estresse, mas seu uso não deve ser isolado, ou seja, deve-se adotar outras estratégias em conjunto — explica.
Riscos
O consumo sem orientação de suplementos vitamínicos e minerais pode desregular o organismo e gerar problemas de saúde. Se ingeridos em excesso, pode ocorrer um desequilíbrio. Monica dá um exemplo do que pode ocorrer:
— Quando se consome zinco em excesso, isso pode comprometer a absorção de ferro e cobre pelo organismo. Vitaminas e minerais trabalham de forma sinérgica, um depende do outro. Por isso, é importante que seu consumo seja orientado por profissional de saúde.
Fonte: Monica Assunção, nutricionista, presidente da Associação Alagoana de Nutrição
Produção: Állisson Santiago