Sinônimo de limpeza, a máquina de lavar roupas é um eletrodoméstico bastante comum nas residências brasileiras. Por isso, a informação de que 13 recém-nascidos que estavam internados no Hospital Universitário de Bonn, na Alemanha, foram infectados pela bactéria Klebsiella oxytoca, disseminada por meio das lavadoras da instituição, pode ter preocupado muitas pessoas.
A bactéria Klebsiella oxytoca é um microrganismo intestinal, comum em adultos e crianças, que pode ser perigosa para recém-nascidos e pacientes com a imunidade muito baixa. É capaz, inclusive, de causar infecções graves quando espalhada em ambientes de neonatologia. Mas será que as máquinas de lavar podem mesmo ser um ninho para organismos desse tipo?
De acordo com o médico infectologista Claudio Stadnik, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, as condições em que as bactérias se desenvolveram no caso específico do hospital não podem ser comparadas com o uso doméstico das máquinas. Segundo ele, o hábito europeu de utilizar água quente para lavar roupas por causa do frio aumenta o risco, pois a temperatura elevada facilita a reprodução dos microrganismos.
Stadnik também ressalta que não há motivo para maiores preocupações com o uso do eletrodoméstico, já que cada pessoa lava as suas roupas, ou de sua família, o que é diferente do que ocorre em hospitais — que utilizam os equipamentos para atender um grande e variado número de pessoas:
— Nós temos de seguir as regras normais de higiene. Basta manter os ambientes limpos. As bactérias convivem com a gente, elas não são todas más, o problema é elas entrarem onde não devem (como nos hospitais).
No entanto, o médico afirma que é preciso realizar a troca de filtros e mangueiras das máquinas domésticas com o passar dos anos, bem como mantê-las calibradas e sem vazamentos ou rompimentos internos que acumulem água, pois a umidade é favorável para a proliferação de fungos e bactérias.
— A manutenção é preventiva e por uma conduta de higiene, não por existir risco de contaminação — salienta.