Quem não gosta de cebola encontrou em uma mensagem que circula pela internet a desculpa perfeita para não consumi-la. Segundo um texto bastante compartilhado nas redes sociais, a cebola se transforma em um “imã de bactérias” e torna-se “altamente venenosa” se cortada em um dia e ingerida no outro. Mas será que há mesmo tantos perigos escondidos nesse legume?
Duas coisas acontecem com um alimento depois de ser cortado ou aberto: alguns nutrientes são perdidos e, como o produto fica exposto ao ambiente, acaba podendo servir de base para a proliferação de microrganismos, como bactérias e fungos.
Então, sim, nesse sentido, pode-se vê-los como um “ímã” para bactérias – mas não há nada que faça da cebola uma vilã especial. O importante é conservá-las corretamente depois de abertas, como é recomendado para quaisquer outros produtos alimentares.
Não há problema em manter cebolas fatiadas na geladeira, contanto que elas sejam guardadas, sozinhas, dentro de um pote tampado. O ideal, claro, é consumi-las logo para que não estraguem, mas uma cebola saudável não vai criar “bactérias tóxicas” de um dia para o outro nem se tornar “venenosa”.
Outra parte do texto dá ainda conta de que cebolas cruas fatiadas podem evitar a gripe pois “absorvem bactérias”, mas isso tampouco encontra respaldo científico.
O que ajuda a evitar a doença são hábitos como a boa alimentação, com ingestão equilibrada de nutrientes: não há um único alimento que possa atuar como agente preventivo da gripe.
Fontes: Gustavo Chatkin, pneumologista do Hospital São Lucas da PUCRS, e Juliana Bueno, nutricionista funcional.