O hábito de comer de três em três horas, defendido por muitos nutricionistas, não precisa ser seguido tão à risca. Porém, é um bom indicativo do intervalo que se recomenda dar entre uma refeição e outra: o suficiente para a fome não ser tamanha a ponto de dar vontade de atacar doces ou comer demais, e também dá tempo para manter o organismo trabalhando com frequência.
— O recomendado é realizar de cinco a seis refeições ao dia: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. O intervalo entre uma refeição e outra pode variar de duas a quatro horas, geralmente, dependendo do tamanho da refeição anterior — diz a nutricionista Daniela Vieira, pós-graduada em Nutrição Clínica e Metabólica.
Por que manter tamanha regularidade entre uma refeição e outra? Conforme as especialistas, quando o corpo é privado de alimento por tempo considerável, ocorre uma série de desordens, como aumento da reserva de gordura, redução do metabolismo, degradação muscular e picos glicêmicos, ou seja, um descontrole de açúcar no sangue.
— É importante tentar manter a glicemia e a insulina constantes, sem picos. Quem fica períodos longos sem comer acaba levando o corpo a um quadro de hipoglicemia, da mesma forma que quem come muito em uma só refeição leva o organismo à hiperglicemia. É preciso evitar esses quadros, o que se faz com alimentação saudável e em horários regulares — garante Lisete Griebeler Souza, mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFRGS.
Apesar de algumas vertentes da nutrição recomendarem o jejum prolongado, especialmente para quem busca emagrecer, a orientação não é unanimidade entre os profissionais por muitos dos motivos que levam, justamente, à recomendação de se alimentar em intervalos relativamente curtos todos os dias: sem as refeições regulares, o corpo reage por desconhecer quando chegarão os próximos nutrientes, os músculos são prejudicados e a vontade de comer é maior quando finalmente chega a hora de atacar o prato.