Com a chegada do outono e a diminuição das temperaturas, médicos alertam para o aumento da circulação do vírus sincicial respiratório (VSR). Embora muito comum e inofensivo para adultos, ele é causa de 65% das internações de bebês prematuros e pode causar complicações em recém-nascidos.
Como são mais vulneráveis às infecções virais das vias aéreas, os bebês são os mais afetados pelo VSR, que geralmente provoca uma doença chamada bronquiolite. Os sintomas mais comuns são coriza, tosse seca seguida de tosse com catarro, chiado no peito e falta de ar.
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– A maioria dos casos se resolve em casa, mas cerca de 3% dos bebês têm problemas mais graves e precisam ser hospitalizados – diz Marcus Jones, pneumologista pediátrico e professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
O especialista ressalta que a idade mais perigosa para contaminação é quando os bebês têm quatro meses, pois já perderam a imunidade transmitida pela mãe e ainda não têm um sistema de defesa bem desenvolvido. Para evitar a contaminação é fundamental proteger a criança do contato com pessoas doentes e evitar o toque:
– O vírus fica nos olhos, na boca e no nariz. Se a pessoa toca no olho e depois no bebê, pode passar o vírus – explica Jones.
Filhos de mulheres que fumaram durante a gravidez e crianças com síndrome de Down também são mais suscetíveis à infecção.
Prematuros podem ter mais complicações
Sem tratamento medicamentoso para a doença, os cuidados médicos são apenas para garantir o bem-estar do bebê, com uso de oxigênio. No entanto, em prematuros extremos, aqueles nascidos com menos de 29 semanas, o problema pode provocar internação em UTI e até uso de ventilação mecânica. Em crianças com esse perfil, os riscos de contrair a doença variam entre 20% e 38%. Em casos de prematuros extremos, a prevenção passa pela vacinação, que é gratuita, e deve ser feita mensalmente durante o período de circulação do VSR, que ocorre entre abril e setembro.