Porto Alegre registrou na segunda-feira o primeiro óbito em decorrência de leishmaniose visceral. A vítima foi uma menina de dois anos moradora do Morro Santana. Para esclarecer as dúvidas sobre a doença, ZH ouviu especialistas.
O que é
É causada por um protozoário da espécie Leishmania chagasi, que é transmitido ao homem pela picada de fêmeas do Lutzomyia longipalpis, conhecido como mosquito-palha. Nas regiões urbanas, os cães são as principais fontes de infecção para o vetor. Inicialmente tratada como uma doença rural, a leishmaniose visceral tem se expandido para as áreas urbanas, conforme informações do Ministério da Saúde.
O caso
Em tratamento desde abril, a menina de dois anos, vítima de leishmaniose em Porto Alegre, recebeu o diagnóstico uma semana antes de morrer. Desde que a suspeita foi notificada, toda a rede de saúde da Capital foi alertada.
A Coordenadoria-geral de Vigilância em Saúde e Coordenação da Atenção Básica monitora a região onde a criança morava. Houve análise do sangue de 103 cães, dos quais 23 tiveram resultado positivo. Eles foram chipados e receberam coleira com inseticida. Um dos animais morreu.
– Não temos o vetor urbano, só silvestre. Orientamos a comunidade para que faça o manejo ambiental para que não tenha acúmulo de resíduos, pois o vetor cresce em matéria orgânica – garante o coordenador-geral da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Anderson Araújo de Lima.
Além destas medidas, armadilhas foram instaladas para capturar o inseto.
O vetor
O inseto mede cerca de 3mm e tem como principal característica o fato de pousar e manter as asas eretas. Ele se reproduz em materiais orgânicos e úmidos. Normalmente se alimenta picando animais, sendo que os casos de picada em humanos são considerados acidentais. Saem para se alimentar ao entardecer e retornam aos seus esconderijos quando o dia começa a clarear.
Fonte: Getúlio Dornelles Souza, biólogo da Coordenadoria-geral de Vigilância em Saúde de Porto Alegre