A doutora em saúde e psicologia Charlotte Markey acredita que a alimentação vai muito além de nutrir o corpo: é uma questão social e comportamental. No livro Gente esperta não faz dieta, a professora da Rutgers University (EUA) discute a relação que estabelecemos com a comida e mostra como a ciência comprovou que as dietas radicais são prejudiciais. Confira a entrevista que Charlotte concedeu por e-mail a ZH.
Você compara a tarefa de cuidar da alimentação a um hábito de higiene. Como tornar isso parte da rotina?
Você escova os dentes, toma banho, escova o cabelo e faz todas as coisas desse tipo por hábito. Praticar exercícios e comer bem também devem se tornar hábitos. Como iniciar um hábito? Apenas faça! Estabeleça uma meta pequena, atingível – como exercitar-se durante 15 minutos, duas vezes por semana, por exemplo – e, em seguida, cumpra essa meta.
A perda de peso começa pela satisfação com o corpo? Por que quem se vê melhor emagrece mais?
Ser duro consigo mesmo ou odiar seu corpo não são bons motivos para começar a perder peso. Autoaceitação e paciência são fundamentais na adoção de hábitos saudáveis.
Quem segue dietas acaba perdendo o prazer em comer?
Essas pessoas tendem a se concentrar tanto nos alimentos que comer se torna uma tarefa árdua. Não é divertido, fácil ou agradável. É um ato cheio de vergonha, questionamentos e preocupação.
Como lidar com os sentimentos que a comida provoca, sejam bons ou ruins?
No livro, sugiro que as pessoas anotem em uma planilha todos os alimentos ingeridos ao longo do dia, descritos com o sentimento que cada um proporcionou. Com isso, é possível analisar a dieta ao longo dos dias e cortar aquilo que não é necessário ou que trouxe algum sentimento desagradável. Faço essa sugestão para que as pessoas possam aprender que comer bem faz a gente se sentir melhor. Ingerir alimentos não saudáveis, muitas vezes, leva as pessoas a não se sentirem tão bem física ou mentalmente.
Gente esperta não faz dieta
Autora: Charlotte N. Markeyu
Editora: Best Selleru
Preço: R$ 32