O Rio Grande do Sul registrou até esta quinta-feira 11 casos confirmados de zika vírus no Estado, sendo três deles autóctones – contraídos no próprio local. Em todo o ano de 2015, o RS teve apenas um caso – importado –, conforme dados divulgados pelas Secretaria Estadual de Saúde.
De acordo com o secretário João Gabbardo, combater a transmissão do zika vírus é agora a principal preocupação em relação a doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Dos três casos contraídos no Estado, diagnosticados em moradores de Frederico Westphalen, Santa Maria e Ivoti, dois foram em gestantes.
O caso mais recente é de uma grávida da cidade no Vale do Sinos, que está no último trimestre de gestação e que provavelmente contraiu a doença em Novo Hamburgo. Ela começou a apresentar os sintomas em 23 de fevereiro. A secretaria disse que a grávida está recebendo o acompanhamento médico necessário, e espera que, por a gravidez estar em estágio avançado, o vírus não comprometa o desenvolvimento neurológico do bebê, que deve nascer em abril.
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O Rio Grande do Sul tem, até o momento, 230 notificações de zika vírus, sendo que quase 170 delas ainda estão sendo analisadas. A Secretaria Estadual de Saúde acredita que, a partir de agora, os resultados dos testes devem ser divulgados mais rapidamente. Isso porque, desde a quinta-feira passada, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) é quem está realizando os testes, antes feitos na Fiocruz do Paraná. Apesar disso, mais de 50 resultados de casos enviados à Fiocruz ainda são aguardados.
A secretaria visitou, na quarta-feira, os municípios de Frederico Westphalen e Ijuí, onde há grande proliferação do Aedes aegypti e um número significativo de casos autóctones de dengue. Os municípios se comprometeram a criar um comitê de acompanhamento para manter os dados atualizados e devem ter ações de prevenção intensificadas.
O secretario de saúde disse que, a partir de agora, o auxílio das Forças Armadas no combate ao Aedes só poderá ser acionado pelo Comitê Estadual Intersetorial de Combate ao Mosquito Aedes aegypti, e será focado em locais definidos pela secretaria. Ele destaca que a maior preocupação no momento é preservar as gestantes do contato com o mosquito.
– As gestantes têm de redobrar seus cuidados, usando repelentes e evitando lugares onde há maior presença do mosquito. Neste momento, não viajar não tem mais sentido, porque já temos zika circulando, inclusive, perto de Porto Alegre – disse Gabbardo.
Dengue já tem 386 casos confirmados, a maioria contraídos no Estado
Os números da dengue no Rio Grande do Sul em 2016 também não são animadores. Até o momento, o Estado já teve 386 casos confirmados, sendo 258 deles autóctones.
O município mais afetado além da Capital, que teve 113 confirmados – 82 autóctones –, sé Ijuí, com 68 casos. Destes, 63 foram contraídos no município. Em Selbach, Panambi e Frederico Westphalen, municípios onde os casos passam dos 20, o número de autóctones também é muito superior ao de casos importados.
Já a febre chikungunya, também transmitida pelo Aedes aegypti , teve 144 notificações em 2016, mas apenas quatro casos confirmados, todos contraídos fora do Rio Grande do Sul. O número ainda pode se modificar bastante, uma vez que mais de cem desses casos ainda estão sendo analisados.
Rio Grande do Sul tem apenas um caso de microcefalia confirmado
Do fim de outubro do ano passado até o momento, o Estado já registrou 56 notificações de microcefalia. Mas só uma se confirmou até agora.
No caso confirmado, a mãe contraiu zika vírus ainda no começo da gestação, fora do Estado. Trinta suspeitas já foram descartadas e outras 25 estão sendo analisadas pela Secretaria Estadual de Saúde.
*Zero Hora