As grávidas com confirmação de que seus bebês têm microcefalia e crianças que nasceram com a má-formação começam a receber acompanhamento a partir desta terça-feira, no Instituto Estadual do Cérebro, no Rio de Janeiro. No hospital, referência para atendimento neurológico, a criança passará por avaliações e exames que vão nortear o tratamento.
Até a semana passada, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio havia recebido o registro de suspeita de microcefalia em 201 bebês já nascidos e outros 49 ainda na barriga da mãe. Outros dois casos estão confirmados. No total, 4.746 mulheres relataram manchas vermelhas no corpo durante a gestação. Os testes deram positivo para zika em 176.
Leia mais:
Maioria da população brasileira é contra autorizar aborto para grávidas com zika, diz Datafolha
França registra primeiro caso de zika por transmissão sexual
Pesquisa mostra que zika provoca danos além da microcefalia
O anúncio do novo protocolo de atendimento foi feito pelo secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior, e pelo diretor do IEC, o neurologista Paulo Niemeyer Filho.
– É importante termos um projeto no Rio de Janeiro que acolha essa família, que está sofrendo por saber que terá uma criança com microcefalia. A gente vai conseguir que todas as crianças nascidas com microcefalia passem por avaliação multiprofissional para poder delinear o atendimento delas. O Estado conhecerá todas as crianças com microcefalia. Isso vai servir para termos um grupo-controle para todo o Brasil e para o mundo – afirmou Teixeira Júnior.
A secretaria começou a entrar em contato com as mães e as grávidas na semana passada, por telefone. Cada bebê passará por cerca de dez consultas e exames. As crianças serão avaliadas por neuropediatras, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos. Entre os exames, está o eletroencefalograma para diagnóstico de epilepsia – mal que afeta cerca de 40% dos casos de nascidos com microcefalia.
– Vamos conhecer a expectativa de futuro, o que vamos precisar de estrutura social, e de estrutura de reabilitação no município – disse o secretário.
As grávidas com confirmação de zika serão encaminhadas para ultrassonografia no Rio Imagem. Com a comprovação de microcefalia, ela será atendida no IEC, onde passará por ressonância fetal, que permitirá identificar desde a gestação as alterações neurológicas que esse bebê terá. O Rio de Janeiro também prepara o protocolo de atendimento para a Síndrome de Guillain-Barré. De acordo com o secretário de Saúde, será definido um hospital de referência na rede federal.