A ciência já deu o aval: perdoar faz bem para a saúde. Os benefícios do perdão ultrapassam a conquista de um sentimento de paz ou conforto espiritual e atingem o corpo, interferindo de forma positiva em funções importantes do organismo como os sistemas cardiovascular e imune.
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As experiências e diferentes abordagens em torno do ato de perdoar são o tema da segunda edição do Seminário de Espiritualidade e Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, em 17 de setembro. A programação tem como destaque duas participações internacionais: Xabier Etxeberria Mauleon, filósofo, professor e coordenador do Centro de Ética da Universidad de Deusto, na Espanha, e Everett Worthington, psicólogo, pesquisador e professor da Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos, que criou o método REACH de perdão (leia entrevista abaixo).
O evento é gratuito, e a ocupação das vagas será feita por ordem de chegada. A programação completa está no site simposiodoperdao.com.br.
"É possível perdoar qualquer coisa"
Entrevista: Everett Worthington, professor da Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos
Como o senhor define o perdão?
Existem dois tipos de perdão. O decisional é aquele em que se toma a decisão de agir de determinada forma em relação ao agressor, sem vingança e tratando-o como um ser humano de valor. Já o perdão emocional significa substituir emoções negativas, como ressentimento, amargura, ódio e medo, por emoções positivas, como empatia, simpatia, compaixão e amor pelo agressor.
Quais os benefícios do perdão para a saúde?
Há benefícios para a saúde cardiovascular como menor risco de doença cardíaca, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e ataque cardíaco. Também ocorre mais variação da frequência cardíaca, que faz bem ao coração e aumenta sua capacidade de relaxar entre os batimentos. Além disso, aumenta a habilidade do organismo de agir contra ataques ao sistema imunológico e a todas as células de forma geral. Perdoar também reduz os níveis de cortisol, melhorando a capacidade de lidar com o estresse. Quando a pessoa mantém o rancor, o cortisol permanece elevado e pode afetar os principais sistemas do corpo, incluindo o cérebro, a digestão, o sistema cardiovascular e a imunidade.
Somos capazes de perdoar tudo?
É possível perdoar qualquer coisa, entretanto, cada ofensa cria uma "lacuna de injustiça", que é a diferença entre a forma como gostaríamos que a ofensa fosse resolvida e a forma como a situação se estabeleceu e foi percebida. Essas lacunas, para algumas pessoas, são simplesmente grandes demais para serem perdoadas. Outras são capazes de perdoar injustiças semelhantes, isso porque o tamanho da lacuna que fica é muito particular.
Simpósio do Perdão
17 de setembro, a partir das 8h
Hotel Plaza São Rafael - Centro de Eventos São José (Av. Alberto Bins, 514 - Porto Alegre)
Entrada gratuita
simposiodoperdao.com.br