Por que as pessoas boas fazem coisas más? Uma nova pesquisa publicada pela Society for Personality and Social Psychology, dos Estados Unidos, pode oferecer algumas pistas sobre em quais momentos as pessoas conseguem resistir ou não às tentações éticas.
- As pessoas muitas vezes pensam que pessoas más fazem coisas más e boas pessoas fazem coisas boas, e que o comportamento antiético se resume a cárater - diz o principal autor do estudo, Oliver Sheldon - Mas a maioria das pessoas se comporta de forma desonesta vez ou outra e, muitas vezes, isso pode ter mais a ver com a situação do que como as pessoas veem o seu próprio comportamento.
Em uma série de experimentos, os participantes que previram a tentação de agir de forma antiética eram menos propensos a se comportar dessa forma em relação àqueles que não o fizeram. Eles também eram menos propensos a endossar o comportamento antiético que oferecia benefícios de curto prazo, tais como roubar material de escritório ou baixar ilegalmente material protegido por copyright. O estudo foi publicado online no Personality and Social Psychology Bulletin em dia 22 de maio.
- Autocontrole, ou a falta dele, pode ser um fator que explica por que pessoas boas, ocasionalmente, fazem coisas ruins - diz Sheldon, um professor assistente de comportamento organizacional na Universidade de Rutgers.
Em um experimento, 196 estudantes escolares foram divididos em duplas: um como comprador de algumas casas históricas e o outro como vendedor. Antes do exercício de negociação, metade do grupo foi lembrado de tentações éticas passadas, em um exercício em que escreveram sobre momento em suas vidas em que quebrar as regras foi útil, pelo menos a curto prazo. O grupo controle escreveu sobre um tempo em que teve um plano B de resolução.
Os vendedores foram informados de que a propriedade só deve ser comercializada a um comprador que preserve as casas históricas e não as derrube para um novo desenvolvimento. No entanto, os compradores foram informados de que seu cliente quer demolir as casas e construir um hotel de alto padrão, mas eles foram obrigados a esconder essa informação do vendedor. Mais de dois terços dos compradores no grupo controle mentiu sobre os planos para que pudessem fechar o negócio, em comparação com menos de metade dos compradores que tinham sido lembrados sobre tentação no exercício de escrita.
As pessoas também podem ser mais propensas a se envolver em comportamento antiético se elas acreditam que o ato é um incidente isolado.
- O comportamento antiético não é experimentado como algo que precisa ser combatido se as pessoas acham que é socialmente aceitável ou não refletem sobre a sua autoimagem moral - diz Sheldon. - As pessoas muitas vezes separam suas experiências de tentação, tornando muito mais fácil para eles para racionalizar o comportamento. Eles podem dizer: "Só porque eu levei material de escritório para uso pessoal uma vez, isso não significa que eu sou um ladrão".
Se as pessoas querem evitar um comportamento antiético, antecipar situações onde elas serão tentadas e considerar como agir sobre essa tentação se encaixa com seus objetivos a longo prazo ou as crenças sobre sua própria moralidade pode ser um truque ajudar.
- Você pode não estar preocupado em ser pego ou sobre a sua reputação se as pessoas descobrissem, mas com a sua própria autoimagem ética - diz Sheldon. - Manter essas considerações em mente quando se entra em situações potencialmente tentadoras pode ajudar as pessoas a resistir à tentação de se comportar sem ética.
*Zero Hora