A insuficiência cardíaca mata cerca de 50 mil brasileiros por ano, aponta o primeiro estudo nacional sobre a doença. O cardiologista Denilson Albuquerque, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador da pesquisa, diz que o dado é o dobro do registrado pelo Ministério da Saúde, o que pode revelar falha no diagnóstico.
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A insuficiência cardíaca é a incapacidade do coração de bombear sangue em quantidade necessária para o organismo, problema que pode causar consequências que vão desde falta de ar e cansaço extremo até o acúmulo de líquidos - como edema pulmonar agudo.
Para entender a doença, pesquisadores de 51 centros médicos de todas as regiões do país acompanharam 1.263 pacientes por um ano. Destes, 12,6% morreram nos hospitais. O DataSUS registrou 26.694 mortes em 2012, o que equivale a 6% das internações.
- O que pode haver é desconhecimento do quadro, quando o profissional confunde o edema pulmonar com pneumonia, por exemplo - afirma Albuquerque.
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Se não for feito o diagnóstico correto, o indivíduo não recebe orientações adequadas para que seja realizado um tratamento eficaz. O estudo intitulado Breath (Brazilian Registry of Acute Heart Failure) afirma que um terço dos pacientes é internado com complicações novamente após três meses. A proporção chega a 46% em casos de segundas internações em até seis meses.
As causas da insuficiência cardíaca variam de acordo com a região. As pesquisar mostram que nos estados do Sul, Sudeste e Nordeste, um terço dos casos ocorre em decorrência de enfarte. No Norte, 37% dos pacientes sofrem de hipertensão e na região Centro-Oeste a principal causa é a Doença de Chagas (42,4%).
Além disso, a falta de adesão ao tratamento é a principal responsável pelas internações - 30% dos pacientes não tomaram os remédios.
- Isso ocorre por falta de recursos ou por falta de orientação ao paciente. A insuficiência cardíaca não tem cura, mas tem controle - explica Albuquerque.
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O cardiologista também ressalta que medidas simples podem evitar maiores complicações com a doença. Uma delas é adotar o hábito de se pesar todos os dias, sempre no mesmo horário. De acordo com o especialista, essa é uma forma de controlar a retenção de líquidos, problema que pode ser observado através do aumento de peso em poucos dias.
Agência Estado*