Hugo Goulart de Oliveira, pneumologista e coordenador da equipe do Núcleo de Tratamento do Enfisema do Hospital Moinhos de Vento, chama atenção para a necessidade de detectar e tratar ocâncer de pulmão desde cedo.
Rio Grande do Sul é líder em mortes por câncer de pulmão no Brasil
Zero Hora - Qual a situação do diagnóstico atualmente?
Hugo Goulart de Oliveira - O câncer é muito mais lento do que a gente imagina. Em média, 10 anos é o tempo de evolução da doença. O momento entre a detecção e o tratamento é um tempo curto, demora em média um ano. Infelizmente nosso sistema de saúde não prioriza o atendimento para esses pacientes, pois esses casos competem com outras doenças que estão lotando o SUS, como pneumonia e casos mais avançados de câncer.
ZH - Quais as perspectivas de avanços no tratamento da doença?
Oliveira - É um grande dilema o momento do diagnóstico. Geralmente ocorre tardiamente. Já o diagnóstico precoce é quando conseguimos fazer uso da tecnologia para descobrir a doença em fase inicial, a tempo de curar sem cirurgia. Mas por enquanto, isso é uma utopia. Não há como fazer em toda a população, pela falta de equipamentos. Identificar lesões iniciais por métodos de imagem e endoscopia é uma tendência para o futuro. O que está ao nosso alcance é fazer a população entender a importância do acompanhamento médico.
Hoje, com os tratamentos e cirurgias, a pessoa pode voltar a ter uma vida muito próxima a que tinha antes. Para isso é importante suporte de psicológico, nutrição e fisioterapia. Além de se recuperar, dá para viver até melhor do que antes.