Depois de cinco dias de aplicação contínua dos medicamentos quimioterápicos contra o câncer na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sentiu o mais leve dos efeitos colaterais do tratamento: a fadiga. Outras reações comuns são febre, náuseas e redução de glóbulos brancos, o que baixa a imunidade do paciente e o torna mais suscetível a infecções. De acordo com o oncologista Rodolfo Radke, chefe da Oncologia Clínica da Santa Casa de Porto Alegre, os efeitos são inevitáveis.
- Qualquer medicamento tem efeito colateral, a diferença é que a quimioterapia tem reações mais severas. Por isso, em oncologia, o tratamento deve sempre contar com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar - destaca Radke.
Segundo ele, os efeitos provocados pela quimioterapia são conhecidos pelos especialistas, até por isso se estebelece o intervalo médio de 21 dias entre uma sessão e outra, para que o corpo possa se restabelecer das complicações até a próxima aplicação, conforme explica o médico. A intensidade dos efeitos varia de cada paciente, assim como o tipo de acompanhamento de que ele possa precisar.
- Enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais podem dar suporte durante o tratamento. Acompanhamento odontológico também é necessário para evitar complicações a longo prazo, causadas pela radioterapia - explica o médico.
Para o cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, que faz parte da equipe que acompanha o ex-presidente Lula, quando o paciente consegue tolerar os efeitos, ele não atrasa o tratamento, o que pode fazer diferença nos resultados futuros.
Luta contra o câncer
Equipe multidisciplinar ajuda a lidar melhor com efeitos colaterais da quimioterapia
Ocorrências de febre e enjoos são inevitáveis durante o tratamento, diz oncologista
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