A compra de uma tábua de corte pode parecer algo simples até o momento em que as três opções se apresentam. Vidro, madeira ou plástico: qual comprar? Um debate sobre a melhor opção entre as três tomou conta das redes sociais nos últimos meses.
Inúmeras opiniões foram compartilhadas por usuários no X (antigo Twitter), cujas manifestações eram voltadas para a defesa da sua tábua de corte de preferência.
O debate sobre a melhor tábua de corte
Na rede social onde o tema ganhou proporção, defensores de cada uma das tábuas argumentaram as razões para escolherem o seu utensílio no cotidiano:
Qual a melhor tábua: o que dizem os especialistas?
A professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, Elis Regina Gomes Alfama, especialista em ciência e tecnologia de alimentos, sugere o uso de, ao menos, duas tábuas no dia a dia, e revela que o material mais adequado é o de plástico (polietileno).
— O material é super-resistente e de fácil manutenção. O utensílio deve ser colocado de molho em solução clorada para se manter limpo e livre de contaminantes. Essas tábuas são encontradas em diversas cores que facilitam sua identificação e evitam a contaminação cruzada. O ideal é ter uma tábua para verduras e vegetais e outra para carne — conclui.
Tábuas de corte organizadas por cor
De acordo com a gastrônoma Mirela da Silva, os estabelecimentos comerciais devem seguir a resolução (RDC nº 216/2004) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para evitar contaminação cruzada. Cada grupo de alimentos obedece a uma classificação de cores estabelecidas para tábuas de polietileno:
- Vermelha: Carnes vermelhas cruas;
- Amarela: Aves cruas;
- Azul: Pescados e frutos do mar crus;
- Verde: Frutas, legumes e verduras crus;
- Marrom: Carnes e alimentos cozidos;
- Branca: Pães e laticínios.
Carla Labianca da Silva, responsável pela área de Nutrição do Hotel-Escola Senac, faz o alerta para quem usa somente uma tábua de corte na cozinha: o risco de contaminação cruzada dos alimentos, o que pode prejudicar a saúde.
— O risco pode ser causado pela contaminação do alimento, podendo proporcionar uma intoxicação alimentar ou outras doenças relacionadas ao trato gastrointestinal, como contaminação por salmonela, estafilococos, entre outros microrganismos — pontua.
A especialista ainda acrescenta que o utensílio deve ser trocado quando aparecerem manchas, pois indica grande período de tempo em uso e higienização ineficaz, tornando-se mais arriscada sua utilização, devido a possibilidade de desenvolver cadeias de microrganismos que contaminam os alimentos.
Uso no cotidiano
Apesar da recomendação da ANVISA para o uso de tábuas de polietileno, a professora do curso de Nutrição da Universidade Feevale, Simone Weschenfelber, afirma que, no contexto doméstico, o tipo de material independe (seja vidro, madeira, bambu ou plástico), pois o importante será a boa higienização e troca quando apresentar sinais de desgaste.
— De nada adianta ter as tábuas de cores diferenciadas, de material recomendado, se a higiene de um modo geral não for adotada em todo o processo de preparação dos alimentos — completa.
Como higienizar as tábuas de corte corretamente?
Tábuas de madeira ou bambu
Lave com detergente neutro e esponja em água corrente. Use água quente e seque ao sol para evitar umidade. Para tábuas de bambu, aplique óleo mineral após a secagem para prolongar a vida útil.
Tábuas de plástico ou polietileno
Lave com detergente neutro e água corrente. Periodicamente, coloque de molho em solução de hipoclorito de sódio com água para desinfecção.
Tábuas de vidro
Lave com detergente neutro e água corrente. Evite água quente, pois pode causar choque térmico e danificar o material.