Enquanto a carne bovina pode ser servida mal passada, ao ponto ou bem assada, a carne de frango não deixa outra escolha: deve ser inteiramente cozida, frita ou assada.
A necessidade de cozimento completo de aves, seu manuseio correto e preparo seguro fazem parte da Resolução da Diretoria Colegiada 727/2022 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com regramento para rotulagem de alimentos embalados.
A agência determina no documento a obrigatoriedade de informar os riscos à saúde de consumir frango cru, além da necessidade de constar na embalagem os dizeres: "Consuma somente após cozido, frito ou assado completamente".
Entre as doenças alimentares provocadas por carnes mal passadas, a agência alerta para as derivadas de bactérias e parasitas.
— Essas doenças podem causar diversos sintomas e agravos à saúde, como diarreia, dor abdominal, febres, vômitos etc. E podem levar à complicações graves, inclusive morte — adverte a autarquia.
Consumo no país
Membro da Associação Paulista de Bares e Restaurantes, a nutricionista Bianca De Luca entende que o conhecimento sobre o risco à saúde provocado pela salmonela e das medidas sanitárias no abate dos animais e preparo do produto contribuíram para o país não ter a cultura de comer frango cru.
A restrição não vale somente para a carne de frango. Para Bianca, somente aspectos como a regulagem da temperatura e o tempo de preparo da carne bovina, que pode ser consumida mal passada e ao ponto, não garantem proteção contra bactérias e parasitas.
— O que vai garantir que a carne seja mais ou menos segura é a procedência dela, é a manipulação no estabelecimento respeitando o tempo de refrigeração, o descongelamento seguro e a higiene do manipulador —alerta.