A empresa Medlife Serviços Médicos de São Leopoldo anunciou a rescisão do contrato junto ao Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano (IB Saúde), em Canoas, na Região Metropolitana. A companhia responde pelo fornecimento de médicos para atuação em quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do município.
De acordo com a Medlife, o encerramento do contrato ocorre devido à falta de pagamentos, que já dura três meses. A dívida ultrapassa os R$ 5 milhões. Segundo o advogado da empresa, Jean Piery Pedroso Torman, o último pagamento foi efetuado no mês de agosto.
— Estamos enfrentando essa situação há três meses. Chegamos a retirar do caixa da empresa R$ 2 milhões para o pagamento dos médicos. No entanto, a situação ficou insustentável. Emitimos comunicados e realizamos reuniões com o IB Saúde, mas nada foi feito para resolver — afirmou o advogado.
Cerca de 100 médicos contratados pela empresa atendem nas UPAs Rio Branco, Niterói e Boqueirão, além de quatro Caps. Com a rescisão do contrato, os profissionais podem deixar de prestar atendimento nas unidades.
Em nota, o IB Saúde informou que as questões internas são "tratadas com diálogo e em forma que não comprometa os serviços à população".
A prefeitura de Canoas explica que contratou o instituto para gestão das UPAs. O IB Saúde, no entanto, subcontratou os médicos da empresa Medlife. O município garante que todas as UPAs estão com atendimento clínico e que está em contato para que o pleno funcionamento seja retomado.
Busca por atendimento
Nesta segunda-feira (18), Maristela Afonso, moradora de Canoas, buscou atendimento para o filho de um ano nas UPAs Rio Branco, Boqueirão e Liberty Dick Conter. Segundo ela, nenhum dos locais tinha pediatras disponíveis.
Já o morador Robin Duarte levou o filho de 16 anos até a UPA Boqueirão. O adolescente teve uma crise asmática considerada grave. Por isso, conseguiu ser atendido. No entanto, logo após sair do consultório, a orientação da equipe da unidade foi para que, em caso de urgência, a família procure outros locais, já que não se sabe se os atendimentos serão mantidos.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) disse que também monitora a situação.