A Secretaria da Saúde (SES), junto ao Governo do RS, oficializou estado de emergência na saúde pública em todo o território gaúcho, por conta do aumento significativo de doenças causadas por vírus respiratórios e um crescimento na demanda nos serviços médicos. O objetivo da declaração publicada no Diário Oficial do Estado, nesta sexta-feira (3), é prevenir e enfrentar a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente em crianças, normalmente afetadas pela Influenza e Covid-19.
O decreto, válido por 120 dias — até o final de agosto deste ano —, é justificado pela extrapolação da capacidade de áreas da saúde no Estado, em especial nas alas pediátricas. A depender da possível evolução nos dados epidemiológicos, o prazo poderá ser prorrogado.
Durante o período de urgência imposto pelo governo e secretaria, as redes hospitalares que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) devem adotar medidas administrativas imediatas para disponibilizar de leitos clínicos de suporte ventilatório e de Unidade de Terapia Intensivo (UTI), para os casos de SRAG.
Números epidemiológicos no Rio Grande do Sul
Segundo indicadores da SES, houve um aumento significativo dos casos de doenças respiratórias na primeira semana de abril, em comparação com os recortes das primeiras 14 semanas epidemiológicas de cada ano: de 01/01/23 até 08/04/23; e de 31/12/23 até 06/04/24.
Esses dados se explicam, conforme relatado pelo Sergio Amantea, médico pediatra com atuação em pneumopediatria e membro do Corpo Clínico do Hospital Moinhos de Vento, pela alta de outras doenças que atingem crianças no Estado.
— (Tem a) dengue, que não era uma realidade na população infantil, e passou a ser uma doença prevalente, também levando os pacientes à busca por atendimento hospitalar. Tivemos um escape de influenza um pouco mais grave que nos anos anteriores. E foi causa significativa, ainda está sendo, de atendimento por doença respiratória — diz.
A partir desta explicação, o problema de saúde no Rio Grande do Sul passa pela alta nas demandas médicas.
— A doença respiratória vai vir todos os anos, como sempre. O que a gente não tem é uma rede assistencial com capacidade de aumentar conforme a necessidade e diminuir fora do período de menor procura por assistência — relatou.