Com o objetivo de mapear as necessidades dos pacientes oncológicos atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul, o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, aliado ao Instituto Camaleão, Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC) e Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), criou a campanha Força Onco RS. Por meio de um formulário online, a iniciativa ajuda a conectar as pessoas com câncer aos hospitais de tratamento.
Entre a última terça-feira (7) e este sábado (11), mais de 650 pessoas já haviam respondido as 11 perguntas elaboradas pelos organizadores. Em poucos minutos, o paciente consegue sinalizar o tipo de câncer que tem, o tratamento que faz, em qual hospital costuma ser atendido, se está desabrigado por conta da enchente e, ainda, suas principais demandas em relação à doença. O formulário pode ser acessado neste link.
— O paciente oncológico tem necessidades muito especiais. Tem imunidade baixa, alguns recém fizeram cirurgia, outros precisam buscar remédios ou se deslocar para fazer o tratamento, são muitas demandas. Então, criamos esse formulário para o paciente poder relatar a sua situação. A partir das respostas, entregamos essas demandas diretamente ao setor de oncologia de cada hospital — explica a presidente do Instituto Camaleão, Flávia Maoli.
Segundo Flávia, a ferramenta ajuda a agilizar a resolutividade dos problemas relatados. O paciente pode, por exemplo, apontar que precisa cancelar uma consulta ou sessão de tratamento. Os voluntários da Força Onco RS, então, repassam a demanda ao hospital responsável, que entra em contato com o paciente para remarcar o atendimento.
Pelas respostas, a equipe da Força Onco RS notou que há muitos relatos de pessoas que precisam remarcar consultas, pacientes inseguros em relação a continuidade do tratamento, com dificuldade de ir até o hospital e, ainda, que perderam receitas médicas e medicamentos na enchente e agora precisam de novos. O formulário também busca entender as condições de moradia dos pacientes – se estão desalojados, vivendo em abrigos – e outras necessidades.
— Com essas informações, conseguimos fazer uma análise sobre as necessidades coletivas desses pacientes, para entender o que vamos precisar de política pública, apoio governamental ou doação, por exemplo. Os pacientes com câncer já têm uma série de desafios e essa tragédia os deixa ainda mais vulneráveis. Precisamos ver como o Estado vai conseguir enfrentar essa calamidade olhando para a oncologia, porque o câncer tem pressa — defende Flávia.
Mais de 30 hospitais espalhados pelo Estado já foram mapeados pela iniciativa e estão conectados com a Força Onco RS. Flávia aconselha que os pacientes afetados pela enchente respondam o formulário, mas continuem em contato com os seus centros de tratamento para tentar solucionar os problemas com rapidez e receber orientações sobre seu caso.