Após emitir decreto de situação de emergência em saúde pública em razão da dengue em Porto Alegre, o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, explicou detalhes da decisão publicada nesta segunda-feira (22), dia em que foi confirmada a segunda morte pela doença na Capital em 2024.
Desde o início do ano, são 2.227 casos da doença confirmados e mais de 20 mil ocorrências suspeitas na Capital. Em relação às confirmações, esse é um aumento de mais de 500% na comparação com o mesmo período de 2023.
Ritter afirmou que Porto Alegre tem, neste momento, um índice muito alto de infestação da dengue, com mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes em alguns bairros. Entre os citados por ele, estão São João, Higienópolis, Auxiliadora e São Geraldo, na Zona Norte; Jardim do Salso e Agronomia, na Zona Leste; Teresópolis, Pedra Redonda e Tristeza, na Zona Sul; e Rio Branco, na região central da cidade.
— Diferente do ano passado, nós estamos com casos em quase todos os bairros. Ou seja, disseminou em todas as regiões. No ano passado, nós concentramos praticamente 80% dos casos na Zona Leste, mas agora temos desde a Zona Sul, do Extremo Sul, até as ilhas, Zona Norte e o Centro — alertou o secretário.
O decreto considera o risco epidemiológico da dengue no município de Porto Alegre e habilita, segundo Ritter, o incremento de custeio pra respostas das emergências, a compra de novos testes, e a prioridade do atendimento a pessoas com a doença. Ele ainda projetou a abertura de unidades de saúde com horários extras aos finais de semana, com reforço no número de profissionais.
Além disso, o secretário informou que já há um planejamento para que, em um segundo momento, caso necessário, possa haver condições da abertura de mais leitos em outras instituições, como no Sanatório Partenon, ou até mesmo da montagem de um hospital de campanha.
— Primeiro, vamos esgotar todos os leitos. Eu acho que o hospital de campanha é uma possibilidade, mas só depois de a gente esgotar as chances em todos os hospitais. Há a possibilidade de a gente abrir leitos no Hospital Sanatório Partenon. Já fizemos uma visita e teremos uma reunião. Talvez possamos concentrar as ações em alguns desses — ressaltou.
O secretário também disse que a prefeitura recebeu mais de 10 mil denúncias de possíveis locais com focos do mosquito Aedes aegypti. No começo do ano, GZH mostrou que o número de denúncias aumentou mais de 700% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Ele garantiu que há drones fotografando essas áreas, além das equipes da vigilância em saúde. Se o morador notificado não apresentar solução em 10 dias, é feito um auto de infração. A multa pode começar com cobranças de menos de R$ 1 mil, mas podem ultrapassar os R$ 30 mil, caso as pessoas não corrijam o problema.
Ritter informou que, na manhã desta terça-feira (23), havia seis pessoas internadas com dengue em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), sendo cinco na UTI adulta e uma na UTI pediátrica. Em leitos clínicos, eram 50 adultos e oito crianças.