Três dias após o início do plano para desafogar emergências, 19 pacientes foram transferidos de hospitais de Porto Alegre para outros municípios. Desde sexta-feira (5), o Estado já autorizou 31 remoções.
As transferências são realizadas com apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo a Secretaria da Saúde de Porto Alegre, 10 pacientes foram transferidos pelo Samu municipal para cidades como Osório (4 pacientes), Guaíba (2), Alvorada (1), São Jerônimo (1), Montenegro (1) e Caxias do Sul (1). Já o serviço estadual providenciou outras nove remoções.
O processo é considerado lento em razão de envolver fatores como a articulação com as secretarias de Saúde de outros municípios. O aval de pacientes e familiares também é considerado.
— A dinâmica do acompanhamento da família pode ficar complicada. O paciente pode ser morador de Balneário Pinhal e conseguir leito só em Osório. Ou ser morador de Alvorada e ter que ir para Guaíba. Estamos tentando corrigir para chegar ao melhor modelo — explica Diego Fraga, chefe da Divisão de Regulação Médica de Urgências do Estado.
Uma das possibilidades em análise é a de tornar as transferências compulsórias, ou seja, sem o paciente ou a família poderem recusar a remoção. Porém, a medida ainda é considerada drástica. A busca de apoio do Ministério Público na questão não é descartada.
Presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS), Cacildo Goulart Delabary diz não acreditar em problemas sérios para as cidades de origem dos pacientes.
— Acredito que não será um desafio para os municípios que estão recebendo alguns pacientes da Capital porque se trata de um número pequeno, e são pessoas que estão em situação estável. É uma medida boa adotada pelo governo do Estado e pela prefeitura de Porto Alegre para amenizar a situação difícil na Capital. No médio e no longo prazo, a melhor solução é resolver problemas que estão comprometendo o atendimento em alguns hospitais, como em Alvorada e Cachoeirinha, vinculados ao Instituto de Cardiologia, além de Tramandaí, que está sem atender obstetrícia. Isso aumenta a demanda da Capital.
Maneiras de acelerar a transferência de pacientes foram tema de uma reunião na tarde desta segunda-feira (8) entre Central de Regulação do Estado e Secretaria da Saúde de Porto Alegre. Na terça (9), alguns secretários municipais da Região Metropolitana e do Litoral têm agenda com a secretária estadual, Arita Bergmann.