Consideradas opções para casos de urgência em saúde, os pronto-atendimentos de Porto Alegre operam com lotação acima de 190% na manhã desta quinta-feira (18). Com alta procura, o Pronto Atendimento Bom Jesus chegou a registrar tempo de espera superior a três horas durante a noite de quarta-feira, ultrapassado em mais de cinco vezes a capacidade total de vagas. O local passa por obras de ampliação.
Segundo a enfermeira Juliana Porto, o local conta com seis leitos e 15 pessoas estavam acomodadas em macas nos corredores e poltronas perto das 7h desta quinta-feira. Ela afirma que a principal demanda entre os adultos são sintomas de dengue.
— As pessoas chegam com dor no corpo, náusea, dor abdominal e nas articulações e cansaço. Já nas crianças, há casos de dengue, mas também de influenza, com sintomas gripais e tosse — analisa a profissional.
Conforme a prefeitura, o PA Bom Jesus tem 15% da demanda com pacientes da Região Metropolitana, o que também contribui para o tempo de espera. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também cogita que a sobrecarga no atendimento foi causada pelo fechamento do Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro, na terça-feira, após um destelhamento em parte da estrutura, que passa por reforma. A unidade foi reaberta no começo da tarde de quarta-feira.
— Os horários de maior movimento são entre 19h e 0h, e depois ao longo da madrugada — explica a enfermeira Juliana, sobre o PA Bom Jesus.
Em entrevista à RBS TV na madrugada, a dona de casa Angela Rosa relatou que estava desde às 13h do dia anterior, esperando para ser atendida. Ela conseguiu atendimento, mas decidiu ir embora antes de receber o resultado dos exames, devido ao cansaço. Segundo a enfermagem, a média de espera para esses procedimentos pode levar de quatro a seis horas, porque vai para fora da unidade.
Por volta das 7h desta quinta, quando a Rádio Gaúcha esteve no local, o movimento estava mais controlado, com seis pessoas aguardando atendimento na recepção. Pelo painel da prefeitura, às 8h, a ocupação estava em 342,86%.
A reportagem também passou pela Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, na zona norte, perto de 7h30min. Segundo funcionários, a procura na recepção estava menor do que o habitual, mas placas nos vidros indicavam que casos urgentes seriam priorizados devido à alta demanda, sem ser possível estimar o tempo de espera para situações mais leves.
Conforme a prefeitura, 30% dos pacientes do local são de fora da Capital, o que contribui para a ocupação do sistema. Nesta manhã, a ocupação estava em 294,12%.
Perto de 8h30min, o Pronto Atendimento Lomba Pinheiro não apresentava demanda alta. Poucos pacientes aguardavam sentados na sala de espera. Pelo sistema municipal, a unidade opera com metade dos leitos ocupados. Conforme uma funcionária, o movimento maior começa durante a tarde e à noite.
Já no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, mais pacientes aguardavam atendimento às 9h40min, mas sem ocupar totalmente a quantidade de assentos na recepção. De acordo com uma funcionária, o número de pessoas estava dentro do esperado para o horário. O painel da prefeitura apontava ocupação de 333,33%.