A superlotação de instituições de saúde chegou mais cedo em Porto Alegre neste ano. Isso porque hospitais e unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), que tradicionalmente registram maior procura a partir de abril, com a chegada das baixas temperaturas, já enfrentam dificuldades no início de março.
Na tarde desta terça-feira (5), um hospital e duas UPAs da Capital registraram superlotação. É o caso da UPA Bom Jesus, com 342%, da UPA Moacyr Scliar, com 276%, e do Hospital de Clínicas, com 266%.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, nas UPAs o aumento é provocado por diferentes fatores. Entre eles, a alta demanda por atendimento para síndromes gripais, como gripe e resfriados, por exemplo. Entre os sintomas, estão febre, coriza e cansaço.
A crise em hospitais da Região Metropolitana também é apontada como um dos motivos, que faz com que moradores de outras cidades busquem instituições de saúde na Capital. É o caso de Antonio Francisco de Oliveira Machado, 39 anos. Morador de Alvorada, ele veio para Porto Alegre em busca de atendimento para a mãe.
— A gente foi às 20h no Hospital Conceição, aí o pessoal negou o atendimento dizendo que estava superlotado e pediram para irmos na UPA Moacyr Scliar. Chegando lá também estava superlotada, com previsão de atendimento para a manhã do dia seguinte. Nós saímos de lá e tentamos conseguir atendimento no São Lucas da PUC, e lá só casos com risco de morte estavam em atendimento. Minha mãe estava com dores abdominais e dificuldade para caminhar, ficar se deslocando foi bem complicado —lamenta Machado.
Conforme o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a lotação se mantém desde o fim da pandemia, mas o aumento também é causado pelos casos de dengue, que antes eram considerados raros.