Os números de casos e mortes por dengue divulgados por 10 Estados brasileiros neste ano, incluindo o Rio Grande do Sul, são diferentes dos apresentados pelo painel de monitoramento das arboviroses do Ministério da Saúde. As informações são do jornal Folha de S.Paulo, que analisou dados computados até terça-feira (5) pelas unidades federativas e pelo governo federal.
No caso da plataforma da Secretaria Estadual de Saúde (SES) gaúcha, a atualização de terça apontava 12.234 casos confirmados, enquanto o MS registrava 11.526. Já o número de óbitos no território gaúcho (11) é o mesmo nos dois painéis.
Consultada pela reportagem de GZH, a SES informou, em nota, que ambos os painéis são alimentados pela mesma fonte: o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Online). À Folha, outros oito Estados — com exceção de Goiás, que não havia repassado nenhuma informação — afirmaram que utilizam o mesmo banco de dados para atualizar suas plataformas.
De acordo com a pasta gaúcha, para a atualização dos painéis, cada ente acessa o sistema de notificação e baixa os dados da ferramenta para fazer a tabulação. A SES destacou que a alimentação do Sinan é feita em tempo real pelos notificantes, que são as secretarias e vigilâncias municipais de saúde. Por isso, “bancos de dados baixados em datas e horários diferentes apresentarão números diferentes entre eles”.
Na terça-feira, o painel da SES foi atualizado às 8h47min, enquanto a plataforma do Ministério da Saúde informava a última atualização às 18h29min. Entretanto, a pasta gaúcha ressaltou que o governo federal não detalhava o horário de acesso ao banco de dados. Assim, isso poderia ter “ocorrido ainda no dia anterior, devido ao fato de que um maior volume de dados demanda maior tempo de processamento”.
GZH entrou em contato com o Ministério da Saúde a fim de esclarecer o motivo da diferença, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
No Ceará e no Distrito Federal a diferença entre o número de casos confirmados pelas plataformas estaduais e a do governo federal era menor: 24 e 27, respectivamente. Já a quantidade de óbitos (zero e 78) estava igual em ambos os painéis.
À Folha, o Distrito Federal também justificou que as plataformas possuem momentos de atualização distintos, o que pode ser um dos fatores para a diferença. Goiás, contudo, apresentava uma divergência significativa. O Estado registrava 41.199 casos confirmados e 40 óbitos, mas o Ministério da Saúde apontava 40.175 casos e 37 mortes. Ao jornal, a Secretaria Estadual de Saúde disse que os dados são dinâmicos e sujeitos a alteração.