Nesta quarta-feira (28), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se posicionou favorável à suspensão do novo modelo de remuneração aos hospitais credenciados ao IPE Saúde.
No início de fevereiro, o instituto anunciou mudanças nos valores repassados aos centros de saúde. Em resposta, hospitais e entidades disseram que as alterações significariam prejuízos financeiros e no atendimento aos segurados. Por isso, o IPE Saúde decidiu adiar início de novo modelo de remuneração em 30 dias – originalmente, as mudanças estavam previstas para entrar em vigor em 1º de março.
Por meio de nota, o sindicato afirma que apontamentos de que a nova política poderia causar redução na receita dos hospitais e o consequente cancelamento dos atendimentos pelo plano coincidem com as reivindicações da categoria médica que espera do governo estadual a manutenção das negociações sobre a correção da tabela de honorários e consultas médicas.
— Acreditamos que a solução do atendimento hospitalar passa por negociações que tragam à luz as reais necessidades dos hospitais para sua sustentabilidade — disse Marcos Rovinski, presidente da entidade.
O Simers diz acreditar na política feita com “diálogo e transparência” e reitera o compromisso com a defesa pela autonomia da categoria, ao reafirmar que é “direito do médico definir onde pretende trabalhar e a quais convênios pretende atender”.
— O mais grave é a tentativa de o IPE Saúde forçar os hospitais a aderirem ao convênio global, que pode atacar frontalmente a autonomia médica, forçando o profissional a atender segurados subordinados ao hospital, sem que haja qualquer negociação nesse sentido. Ou seja, nesta relação do IPE Saúde com os hospitais, os médicos estão sendo usados como objeto de negociação sem serem consultados — acrescenta Rovinski.