A Secretaria Estadual da Saúde (SES) firmou convênio com a Fundação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) para a compra de equipamento para detecção precoce da doença de Alzheimer. Por meio do Programa Avançar, o contrato prevê o repasse de R$ 1,4 milhão do governo do Estado para a aquisição de um dispositivo utilizado no estudo.
A médio prazo, o objetivo é implementar um plano nacional de diagnóstico precoce da doença no Sistema Único de Saúde. O projeto busca prevenir e atenuar a progressão do Alzheimer, identificando fatores de risco. O equipamento, chamado Elisa Ultrassensível, poderá determinar biomarcadores positivos da doença em indivíduos neurologicamente saudáveis.
— Estamos há alguns anos batalhando por esse momento e seremos o primeiro Estado a desenvolver um estudo com esta magnitude. A meta é aperfeiçoar um protocolo de diagnóstico precoce que será feito a partir de um exame de sangue simples — explicou o professor pesquisador responsável pelo projeto, Eduardo Zimmer.
O estudo será coordenado pelo Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICBS/UFRGS), em parceria com o Instituto do Cérebro da PUCRS. A primeira fase consiste na coleta de sangue de três mil voluntários de 10 cidades gaúchas: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Osório, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana e Veranópolis.
— Além de estarmos valorizando a pesquisa no Estado, esta é uma conquista que vai melhorar a qualidade de vida da população, pois hoje estamos celebrando que no futuro o SUS possa prestar o cuidado assistencial com a antecedência necessária — justificou a secretária estadual de Saúde, Arita Bergman.
A presidente da Faurgs, Ana Rita Facchini, saudou o convênio entre a instituição e a SES e reforçou a importância da parceria. — É um tema bastante delicado, pois além do paciente acometido com Alzheimer existe também toda a família que é atingida — afirmou.
Pesquisa
Estudos baseados na literatura científica da América do Norte e da Europa apontam a hipótese que de 25% a 30% da população idosa pode ser positiva para esses marcadores que indicam maior risco para desenvolvimento do Alzheimer. Para o governo do estado, estimativas sobre a quantidade de usuários que podem vir a necessitar de cuidados pelo SUS em relação ao Alzheimer são pauta para o planejamento da Saúde nos próximos anos.