Prevenção a quedas, precaução a eventuais lesões, garantia de cirurgia segura e higiene das mãos são alguns dos indicadores considerados pelo projeto Paciente Seguro. Parceria do Hospital Moinhos de Vento com o Ministério da Saúde, a iniciativa presta consultoria in loco e online a estabelecimentos de saúde do RS e de outros Estados. No último triênio, 36 instituições foram atendidas.
O projeto é viabilizado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), que tem a participação de seis hospitais de excelência do país. Segundo a líder da iniciativa, a enfermeira Vanessa Mantovani, o Moinhos de Vento é o único integrante fora do eixo Rio-São Paulo que integra o programa.
— O objetivo central é melhorar a segurança do paciente em hospitais públicos do Brasil. Trabalhamos com a implantação dos protocolos básicos previstos pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente — explica Vanessa.
O time do Moinhos de Vento conta com nove profissionais, entre enfermeiros e farmacêuticos, que visitam os locais levando orientações, aproveitando a expertise da instituição gaúcha sobre o tema. As instituições atendidas foram divididas em dois ciclos: 18 hospitais em 2021 e 2022, e outros 18 entre 2022 e 2023.
— Em todas as metas tivemos avanços no triênio. A ideia é trabalhar as equipes para que tenham melhorias na segurança do paciente. No ciclo entre 2022 e 2023, destaco a redução de 78% de quedas, 70% na taxa de medicamentos dispensados com erro e mais de 1000% de aumento na adesão do check-list de cirurgia segura — cita a líder da iniciativa no RS.
Entre outras metas, houve crescimento de 35% de adesão quanto a higiene das mãos e 25% de diminuição na prevalência de lesões por pressão (ocasionadas pela interrupção da circulação sanguínea em determinada parte do corpo, por pressão ou fricção constante da pele ou tecidos moles subjacentes).
Todo o brasil
Desde sua criação, em 2016, o projeto já passou por 96 casas de saúde. No primeiro triênio, que é como as etapas são divididas, foram 15 hospitais, de todas as regiões brasileiras. No segundo ciclo, este número aumentou para 60.
— Estes novos 33 hospitais incluídos no último triênio são de Estados que ainda não haviam participado do projeto. Pudemos, assim, contemplar todo o país, o que é muito interessante — diz a enfermeira.
O projeto não visa mudanças estruturais nos hospitais, mas sim testes de pequena escala diretamente com as unidades-piloto escolhidas pela equipe coordenada por Vanessa em conjunto com o estabelecimento atendido.
— Os próximos passos estão focados a manutenção das ações depreendidas pelos estabelecimentos, com palestras e reuniões. Nós não apontamos erros, mas trabalhamos como facilitadores para que se construam o caminho até a independência destes profissionais — conta Vanessa.