O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (5) não ser possível atribuir a alta de casos de covid-19 no país à nova variante EG.5, conhecida como Éris. De acordo com a pasta, houve uma elevação de 6% no número de casos confirmados de covid-19 na comparação entre o final de julho e o início de agosto. No entanto, a alta está dentro do esperado para o período.
“Conforme dados enviados pelas secretarias estaduais de Saúde, entre as semanas epidemiológicas (SE) 31 (30 de julho a 5 de agosto) e 32 (6 de agosto a 12 de agosto), foi observado um aumento de 6% no número de casos de covid-19 notificados, taxa dentro do esperado para essa época do ano, quando aumentam os casos de infecções respiratórias. Ainda é prematuro afirmar que o aumento é causado pela nova variante EG.5”, disse, em nota, a pasta.
Até o momento, foram notificados quatro casos da nova variante EG.5 no Brasil: dois em São Paulo, um no Distrito Federal e um no Rio de Janeiro. O cenário no Rio Grande do Sul é de estabilidade, sem casos da variante registrados até o momento.
O Ministério da Saúde reforçou que a vacinação continua sendo a principal medida para prevenir casos graves da doença. “Mantém-se a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção e controle, como o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou com aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus”, aconselhou.
A pasta ainda destacou que toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) está disponibilizando, gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para ser utilizado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo em pessoas dos grupos de risco.
Aumento de casos
Duas entidades que utilizam dados da rede particular de saúde complementar registraram aumentos expressivos de resultados positivos. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a positividade dos testes de covid-19 passou de 6,3%, na semana de 27 de julho a 4 de agosto, para 13,8%, na semana de 12 a 18 de agosto. A entidade utiliza dados de empresas privadas que representam 65% do volume de exames realizados pela saúde suplementar no país.
Segundo o Instituto Todos Pela Saúde, que usa dados de sete laboratórios, a taxa de resultados positivos para SARS-CoV-2 (covid-19) dobrou em um mês, passando de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto. Os percentuais mais elevados foram observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).
Em julho, o Rio Grande do Sul registrou 1.189 casos confirmados de covid-19. Já em agosto, o número subiu para 1.284. Até a manhã desta quarta-feira (6), segundo o painel de dados de coronavírus no Estado, mantido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), entre os dias 1° e 4 de setembro, foram registrados 158 novos casos.