Um novo tratamento contra a diabetes tipo 2 estará disponível para aplicação de injeções em breve. Isso porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (25) o Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, pode facilitar o controle da glicemia (nível de açúcar no sangue).
Por auxiliar a liberação de insulina, a atuação do medicamento nos receptores GIP e GLP-1 (que estão relacionados a dois hormônios que atuam no sistema digestivo) auxilia no tratamento da diabetes. O medicamento também está sendo testado contra apneia do sono, esteatose hepática, doença renal crônica e insuficiência cardíaca. Os receptores relacionados também estão em células do cérebro que controlam o apetite, por isso, o fármaco também é estudado como um remédio que ajuda o controle do peso.
O principal ativo do remédio é o tirzepatida, que atua de forma semelhante ao semaglutida, ativo do Ozempic, mas apresentou resultados de controle de doenças melhor que o fármaco do laboratório. A diferença entre eles é que a do segundo medicamento atua somente no GLP-1.
Resultados
Para a liberação, o medicamento passou por 10 estudos clínicos com mais de 19 mil pacientes de vários países. Um dos testes comparou o Mounjaro com o Ozempic. Os resultados foram apresentados no Congresso da Associação Americana de Diabetes em 2022, nos Estados Unidos.
51% dos que tomaram o Mounjaro atingiram a hemoglobina glicada inferior a 5,7%. O mesmo experimento com o Ozempic, 20% atingiram. Os índices acima de 5,7% já são considerados como pré-diabetes. Já quanto ao peso, o novo remédio fez com que os pacientes perdessem cerca de 12,4 quilos.
Quem pode tomar o remédio
Os especialistas reforçam que a aprovação do remédio é referente à pessoas que possuem tratamento específico para diabetes tipo 2. Embora promissor para redução de peso, o estudo avaliou apenas voluntários com obesidade ou sobrepeso que tinham doenças crônicas.
Além disso, outra questão parece determinar o acesso ao remédio neste primeiro momento. Ainda não se sabe qual será o valor do Mounjaro após o ‘sinal verde’ da Anvisa, mas atualmente, o valor do tratamento com semaglutida, fica na faixa de R$ 700 aos R$ 1 mil por mês. A disponibilização por planos de saúde ou pelo SUS ainda deve demorar para ocorrer, devido à necessidade de outras etapas do processo. Entre elas, avaliação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
Os efeitos colaterais analisados no remédio são similares aos outros fármacos já disponíveis, diz Magno. No estudo clínico, os principais apresentados foram como náuseas, vômitos e diarreia leves e moderadas.