Com o equipamento principal de hemodinâmica estragado, exames cardiológicos, como o de cateterismo, no Hospital Universitário (HU) de Canoas, na Região Metropolitana, não estão sendo realizados. A direção da instituição informou que o aparelho está inoperante há três meses.
Atualmente, o HU dispõe de dois equipamentos do tipo, com o principal apresentando problemas e o segundo, considerado defasado pela instituição. De acordo com a administração, o primeiro demanda a substituição de uma peça avaliada em aproximadamente R$ 700 mil.
— Este montante está sendo captado pela direção do hospital, para os próximos dias, junto com a Secretaria Municipal de Saúde — comenta a Secretária de Gestão Hospital Juceila Dall'Agnol de Lacerda.
O segundo aparelho não é recomendado para realizar exames, de acordo com o hospital, devido à falta de segurança para os pacientes. A máquina antiga foi utilizada na última semana em casos de urgência, mas os médicos pararam de fazer uso. Uma manutenção deve ser feita e o aparelho "usado excepcionalmente" nas palavras da gestão. Isso porque existe resolução de vídeo de baixa qualidade e há a chance de que o equipamento pare de funcionar em meio a um exame.
A situação tem aumentado o sofrimento de pacientes que aguardam para fazer os exames. É o caso de Medianeira Medeiros Severo, 32 anos, que espera por um cateterismo. Conforme o marido dela, Jessé Rodrigues Alves, 35 anos, a mulher foi internada na instituição na quarta-feira da semana passada (13). Ela está com insuficiência cardíaca grave a moderada, segundo os médicos, mas sem um diagnóstico definitivo.
— Ela me disse que estava com muita dor no coração, porque tá inchado, num tamanho anormal. Apesar de ela estar com um problema grave no coração, também pode acarretar em outras coisas. Daqui um pouco pode dar um negócio nela, e o pior pode acontecer por negligência — desabafa.
Diante da gravidade do caso, o marido solicitou a transferência para outro hospital. No entanto, ele alega que tem enfrentado dificuldades burocráticas ao tentar obter respostas claras.
— A ouvidoria diz que devemos falar com o médico, mas o médico nos direciona de volta para a ouvidoria. Fica jogando uma culpa no outro e acontece que a gente fica sem saber o que fazer, a gente fica desesperado, sem resposta alguma, sabe? — desabafa.
Ainda conforme o HU, não existe uma fila de espera para exames cardiológicos no momento. Os casos de pacientes estáveis são monitorados, enquanto as urgências ficam encaminhadas para o Instituto de Cardiologia em Porto Alegre.
Sobre o caso da Medianeira, a assessoria de imprensa do HU informou para a reportagem que não foi concedida uma transferência porque é uma decisão médica, já que foi entendido que o caso dela é estável e o HU tem condições de oferecer assistência. A expectativa é que o serviço seja restabelecido até a metade ou o final da próxima semana.