A asma é uma doença crônica que atinge os pulmões, causando inflamação das vias aéreas e sintomas desconfortáveis. Entre eles, falta de ar, tosse e chiado no peito, que ocorrem pela obstrução da passagem de ar pelos brônquios inflamados. No Brasil, a doença atinge aproximadamente 20 milhões de pessoas e está entre a terceira e a quarta causa de hospitalização no SUS, o que mostra que o controle inadequado da doença influencia, em grande escala, o impacto no sistema de saúde.
Causas das crises de asma
Entre os tipos de asma existentes, a alérgica é a mais comum, especialmente em crianças. Alguns motivos podem desencadear a crise asmática, como:
- Alergias
- Infecções respiratórias
- Fumaça
- Tempo seco e frio
- Exercícios físicos
- Alguns medicamentos
- Alguns alimentos
Tipos de asma
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os sintomas podem ser variados conforme a gravidade da doença em cada paciente. A asma pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Independentemente da gravidade, existem caminhos e alternativas para manter a condição controlada.
A doença é considerada grave quando o paciente não alcança os níveis adequados de controle. Apesar de representarem a minoria entre o total de pacientes com asma, os brasileiros com nível grave vão ao hospital até 15 vezes mais do que os pacientes com asma leve ou moderada. Por isso, é importante consultar um médico pneumologista e/ou alergologista, de forma a adequar o tratamento às necessidades específicas.
Por que é importante realizar o tratamento?
Segundo a Dra. Zuleid Dantas Linhares Mattar, pediatra e diretora de relações governamentais e políticas internacionais da Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), a asma é a doença crônica mais prevalente na infância e a falta de tratamento pode levar à perda da função pulmonar e piora na vida adulta.
—Não existe idade mínima para se iniciar o tratamento, que é seguro e eficaz, permitindo que a criança possa crescer saudável e plena — explica.
A especialista ainda ressalta que, quando não é bem tratada e controlada, a asma pode se tornar um risco ao paciente, levando a um ataque súbito de falta de ar e a uma parada respiratória. Na maioria desses casos, os sintomas podem evoluir durante vários dias e ocorrer devido à associação de diversos fatores, como uso incorreto de medicamentos de controle (corticoides inalatórios e broncodilatadores), falta de adesão ao tratamento e/ou técnica inalatória dos medicamentos incorreta.
Porém, sejam quais forem os motivos ou a idade, a pediatra explica que é muito importante ter consultas regulares com o médico para avaliação, bem como seguir um plano de ação de tratamento em caso de crises. Isso porque os tratamentos para asma são analisados e prescritos conforme a necessidade e a urgência.
Sinais de doença não controlada
Zuleid também pontua que crises que interrompem a rotina diária do paciente e prejudicam a qualidade de vida podem ser um alerta de que a doença não está sob controle. Afirma ainda que, apesar de a maioria dos pacientes acreditar que é normal continuar com os sintomas, como tosse e falta de ar, mesmo com os devidos cuidados, isso não é verdade.
— Após uma avaliação cuidadosa do paciente, em que são avaliados os sintomas, histórico familiar e identificação dos fatores desencadeantes ou agravantes, é possível desenhar uma estratégia de tratamento que controle os sintomas e permita uma vida normal, minimizando os episódios de crise. Isso significa ter boas noites de sono, poder praticar atividades físicas e não necessitar de serviços de emergência por conta da asma —destaca a especialista.