O Instituto de Cardiologia (IC) de Porto Alegre receberá pacientes do IPE Saúde por pelo menos mais 60 dias. Neste sábado (12) terminaria o aviso prévio informado pelo IC para interromper os atendimentos aos conveniados do instituto estadual. O centro de saúde alega que o repasse financeiro é inferior aos custos dos procedimentos cardiológicos, o que causa déficit nas contas do hospital.
A discrepância é apontada como um dos motivos para a instituição acumular R$ 45 milhões em dívidas, conforme informou GZH no mês passado.
Por meio de nota, o IC disse que foi acordada “uma prorrogação para estender a negociação” entre as partes. O prazo maior é motivado pelo momento de transição das duas instituições, que tiveram mudanças nos cargos diretivos nas últimas semanas, acrescentou o hospital.
Na segunda-feira (7), o IC anunciou a entrada do novo superintendente executivo, Oswaldo Luis Balparda, que será o responsável pela “implementação de estratégias para promover ajustes em estruturas institucionais envolvendo receitas, custos, despesas e priorizações de investimentos, implementando ganhos de produtividade e performance e promovendo a maximização de retornos financeiros.”
O IPE Saúde também teve mudanças no comando. No último dia 26, o médico Paulo Afonso Oppermann foi anunciado como o novo dirigente-presidente do instituto. Ele substituiu Bruno Jatene, que esteve no posto por um ano e quatro meses.
Ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, no último dia 21, Jatene disse que a dívida do IPE Saúde com o Cardiologia é de R$ 1,6 milhão e há um débito de R$ 4 milhões que ainda está dentro do prazo de contrato. Para Jorge Auzani, diretor-tesoureiro do Cardiologia, a dívida do IPE Saúde é de cerca de R$ 7 milhões. Auzani defende repasse maior para manter o atendimento.