Mesmo com uma fortuna estimada em mais de R$ 1 bilhão, o apresentador Fausto Silva precisa encarar a fila do Sistema Única de Saúde (SUS) para conseguir um coração. Faustão está internado no Hospital Albert Einstein, onde enfrenta um grave quadro de insuficiência cardíaca, o que o fez necessitar de um transplante cardíaco. A espera é gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Atualmente, no Brasil, há 386 pessoas aguardando um coração. No RS, são 14 pacientes na lista de espera. Especialistas esclarecem que todos que precisam de um transplante são incluídos na mesma relação, que é gerida pelo SUS. Com critérios e processos bem definidos, não há prioridade para quem tem mais dinheiro, podendo pagar particular, por exemplo, ou mesmo realizar o procedimento via plano de saúde.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda-feira (21), o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Rafael Rosa, explicou que a lista leva em conta a compatibilidade do doador, o tempo que o paciente está esperando e a gravidade do caso — ou seja, quanto mais alto o risco de morte, maior pontuação e prioridade a pessoa terá.
Além disso, Rosa destacou que a relação é nacional, mas também pode ser feita de forma regionalizada, e que todo o processo de doação de órgãos é realizado pelo SUS. Assim, não há diferença entre aqueles que têm plano de saúde ou não:
— Os pacientes entram na lista de espera pelo SUS e vão concorrer como qualquer pessoa do Brasil. O processo de doação do órgão é todo realizado pelo SUS. Se o paciente quiser, ele pode fazer o transplante em si (o procedimento do implante) por convênio ou particular. Mas para aparecer o órgão, todo o procedimento da doação, tem que entrar na lista de espera como qualquer pessoa.
Como é feito o transplante
De acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES), ao ser indicado para um transplante, o paciente tem seus dados cadastrados em um programa informatizado, sob responsabilidade do Sistema Nacional de Transplantes, que é gerenciado pela Central de Transplantes do Estado. Esse sistema faz o cruzamento entre as informações do doador e do receptor, apresentando as opções mais compatíveis.
Exames de compatibilidade também são realizados, assim como avaliações das equipes médicas, que indicam se a pessoa está em condições de receber o órgão. A partir do aceite, o órgão é enviado pela Central de Transplantes ao hospital onde está o receptor
Fernando Lucchese, diretor médico do Hospital São Francisco da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, afirma que a equipe que transplanta o órgão não tem contato com os familiares dos doadores, já que este procedimento é intermediado pela Central Estadual de Transplantes, que aciona a instituição de saúde quando há casos de morte cerebral:
— Isso é importante porque tira o aspecto pessoal de quem transplanta com a família do doador. As famílias também não têm contato entre si. E a condição econômica ou a origem do paciente não têm nenhum impacto na lista, não faz diferença se a pessoa é atendida por convênio ou pelo SUS.