Apenas quatro países — Brasil, Turquia, Ilhas Maurício e Holanda — adotaram as seis recomendações antitabagistas propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há 15 anos. Outras oito nações - Espanha, Etiópia, Irã, Irlanda, Jordânia, Madagascar, México e Nova Zelândia - estão a apenas uma medida para ingressar nesse grupo.
A organização lançou, em 2008, o programa MPOWER, um conjunto de medidas para ajudar os países a reduzir a demanda por cigarro em torno de seis eixos: proteger a população da fumaça do tabaco, aumentar os impostos sobre esse produto, monitorar o consumo, oferecer ajuda a quem quiser parar de fumar, advertir sobre os perigos do cigarro e proibir a publicidade de cigarro e produtos afins.
Em um informe, publicado nesta segunda-feira (31), a OMS destacou que 5,6 bilhões de pessoas (71% da população mundial) estão atualmente protegidas por pelo menos uma medida de combate ao tabagismo, o que é cinco vezes mais do que em 2007. O relatório aponta, ainda, que a taxa mundial de fumantes caiu de 22,8% para 17% entre 2007 e 2021.
Em entrevista coletiva, o diretor do Departamento de Promoção da Saúde na OMS, Ruediger Krech, observou que, se essas medidas não tivessem sido aplicadas, haveria hoje mais 300 milhões de fumantes no mundo.
— Não são apenas números. Essas medidas literalmente mudaram nossas vidas — acrescentou Krech.
Em 44 países, nenhuma das medidas do programa MPOWER foi aplicada até o momento, deixando 2,3 bilhões de pessoas sem proteção contra o tabaco, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Todos os anos ocorrem em torno de 8,7 milhões de mortes relacionadas com o consumo ativo ou passivo dessa substância.
No Brasil, em 2011, a então presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei nacional que ampliou a ofensiva contra o tabaco no país, extinguindo os fumódromos em recintos fechados e proibindo as propagandas de cigarro em pontos de venda.