Um fato incomum aconteceu com Quezia Romualdo, de 29 anos, moradora de Colatina, no Espírito Santo. Ela descobriu, por meio de um ultrassom, que está grávida de sêxtuplos.
Essa condição necessita de cuidados diferentes em relação a uma gestação comum. Janete Vettorazzi, coordenadora materno fetal da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA) e membro do comitê de gestação de alto risco da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirma que o pré-natal deve ser feito em condições distintas.
— O primeiro passo é o local do pré-natal (acompanhamento médico antes do parto) . Deve ser um local de referência para a gestação de risco, independente se essa paciente é atendida no sistema público ou privado — começou a médica, em conversa com GZH.
O ideal para o período que antecede a chegada dos bebês à luz é ser iniciado de forma precoce, antes das 10 primeiras semanas de gravidez:
— (É necessário fazer) uma ecografia antes das 10 semanas para averiguar a questão da determinação de quantas placentas e quantas bolsas de líquido amniótico, a grávida terá. Isso é muito importante para o prognóstico dessa gestação. Este número de consultas realizadas ao longo do pré-natal, é maior do que uma gestação única.
A mãe de sêxtuplos
Quezia é mãe de Heloisa, fruto do casamento com seu marido, Magdiel Costa, de 31 anos. Ela afirma que a gravidez foi planejada.
— A gente estava querendo muito o segundo filho. Eu tenho uma menininha de cinco aninhos, a Heloisa. Então, assim quando eu descobri (a gravidez do segundo filho) eu fiquei muito feliz. Fomos no médico para vermos quantas semanas estava e para escutar o coraçãozinho. Foi aí que eu tive uma bela de uma surpresa, um grande susto — começou Quezia.
Inicialmente, a radiologista responsável pelo ultrassom percebeu a presença de três bebês. Em seguida, a contagem foi aumentando, até chegar no sexto.
Como tenho uma gravidez de risco, preciso de repouso absoluto, não posso fazer nada
QUEZIA ROMUALDO
grávida de sêxtuplos
— Fiquei muito mal. Saí da clínica chorando, desesperada. Eu já tenho uma (filha) e eu sei como que é o gasto, é muita coisa, como eu vou dar conta (de ser) mãe de seis? Levei um susto muito grande — disse a grávida dos sêxtuplos à reportagem.
A mãe da mulher grávida, que mora em Vila Velha, também no Estado de Espírito Santo, pretende se mudar em definitivo para Colatina, a fim de auxiliar a filha e seu marido com os cuidados. Por ora, quem está ajudando o casal é a mãe do homem.
— A minha sogra está aqui em casa, dando suporte para mim. Como tenho uma gravidez de risco, preciso de repouso absoluto, não posso fazer nada — disse a mãe dos sêxtuplos.
Em um perfil do Instagram destinado a mostrar a história da família, Quezia e Magdiel publicam atualizações sobre o processo de gestação e pedem ajuda financeira para os seguidores.
Cuidados após o nascimento dos filhos
Janete Vettorazzi, que também é professora da UFRGS, ressalta que mães de sêxtuplos necessitam observar cuidados especiais em relação à alimentação e à amamentação das crianças.
— Ela pode ter alguma dificuldade dependendo do número de bebês. Não é impossível amamentar dois (ao mesmo tempo), por exemplo. Ela pode amamentar seus bebês, mas se for mais do que dois bebês, provavelmente ela não vai ter leite suficiente. Vai ter que ter um acompanhamento especial com o pediatra — explicou a médica.
Segundo a especialista, outro cuidado que uma gestação deste grau precisa é em complicações relacionadas à prevenção da anemia, frequente durante os processos de parto.
*Produção: Nikolas Mondadori e Filipe Pimentel