O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) informou, nesta terça-feira (11), que a emergência pediátrica está com restrição no atendimento. Isso ocorre devido à superlotação: durante a tarde, eram atendidos 31 pacientes em uma estrutura para 13 leitos. Pela lotação, local atende apenas casos graves.
A recomendação é que a população procure as unidades básicas de saúde ou prontos-atendimentos para casos menos graves (leia lista completa de orientações mais abaixo). Esse cenário, segundo Patrícia Lago, chefe do serviço de emergência pediátrica do Clínicas, era comum nos períodos mais frios do ano, mas mudou com a chegada da pandemia.
— As crianças ficaram dois anos dentro de casa, sem se contaminar e agora voltaram para as escolas, para as creches. Por isso, a sazonalidade (de algumas doenças) mudou. Ano passado, tivemos a emergência pediátrica lotada durante todo o inverno. Neste ano, já estamos com 200% (acima da capacidade) desde março — conta.
Segundo a médica, durante a tarde desta terça-feira, não havia nenhuma criança com covid-19 na emergência; alguns dos pacientes tinham gripe.
— A maioria dos internados é por vírus sincicial respiratório. Os casos mais graves são de bronquiolite de bebês com menos de dois meses. Também temos visto bastante crianças com crises graves de asma. A nossa UTI também está lotada, o que nos deixa preocupados. Hoje tivemos fila para atendimento com seis horas de espera — diz.
Além da parte pediátrica, o Clínicas está com a emergência adulta superlotada nesta terça-feira. Na atualização das 14h, havia 127 pacientes onde o limite de ocupação é 54. Isso faz com que o atendimento também seja feito apenas em casos graves. Segundo o hospital, o último dia com abaixo da capacidade ocorreu em 21 de fevereiro, na terça-feira de Carnaval.
Confira as recomendações para os pais e responsáveis por crianças
- Só leve a criança para a emergência se ela apresentar febre alta persistente por várias horas (acima de 39ºC), se estiver sem apetite ou com recusa alimentar e sem disposição
- Falta de ar e respiração ofegante também são sintomas importantes de alerta
- A primeira conduta antes de procurar um serviço de urgência é consultar o pediatra que acompanha a criança
- Uma alimentação saudável ajuda a passar pelas viroses com menos complicações
- Pé descalço no piso gelado ou pegar chuva não causam síndromes respiratórias. Elas são transmitidas de pessoa para pessoa e precisam do vírus para contaminação
- Evite levar crianças menores de seis meses em shoppings e eventos sociais. Isso previne que elas tenham contato com as viroses
- Não exponha bebês em ambientes com pessoas fumando e não deixe crianças abaixo de seis meses próximas de pessoas com sintomas gripais
- Mantenha o calendário vacinal atualizado (principalmente, para gripe e pneumonia). Também é preciso ficar de olho nas vacinas pneumocócica e de prevenção à meningite. Ambas constam no calendário vacinal