O Hospital de Clínicas de Porto Alegre completou, neste domingo (2), 40 dias consecutivos operando com restrições devido à superlotação na emergência de adultos. O setor dispõe de 56 leitos e atendia, às 14h, 110 pacientes. Assim, apenas casos com risco de morte tem chance de atendimento no complexo que fica na Avenida Protásio Alves.
— Temos, internamente, grupos que se reúnem semanalmente para discutir ações que combatam esta superlotação. Nestes momentos, tentamos aproveitar ao máximo toda a estrutura de funcionamento, buscando os melhores procedimentos em cada área para otimizar o atendimento e diminuir os números — pondera o diretor médico do CHPA, Brasil Silva Neto.
Além do Clínicas, o Instituto de Cardiologia e a Santa Casa também operam acima de sua capacidade máxima neste domingo, de acordo com o monitoramento diário feito pela Secretaria Municipal de Saúde da Capital.
— Identificamos que nos meses de março há sempre um aumento de procura em todas as emergências da cidade, pois é quando a população volta para Porto Alegre. O que vemos é que esta procura, atualmente, parece maior em vias voluntárias, atendimentos que não chegam em uma ambulância. É sinal, talvez, de uma busca de atendimento com mais pressa, além de uma complexidade em alguns casos, que exige mais tempo do paciente no hospital — comenta Brasil Neto.
As unidades de pronto atendimento da Lomba do Pinheiro, Bom Jesus, Cruzeiro do Sul, Moacyr Scliar e a pediatria do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas completam a lista de locais com mais pacientes internados ou em observação do que leitos disponíveis.
A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta reportagem.