Depois de dois anos com a folia em pausa, a população volta a fazer planos para curtir o Carnaval. Em um cenário diferente das últimas festas, medidas de segurança contra covid-19, como o isolamento social e o uso de máscaras, não são mais obrigatórias. Ainda assim, o risco de contaminação segue existindo. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o médico, doutor em genética e especialista em genética molecular, Salmo Raskin, falou a respeito de preocupações comuns envolvendo a covid-19 no Carnaval.
Em 2022, nesta mesma época do ano, o Brasil passava pelo avanço da variante Ômicron. Com o aumento no número de casos, muitas cidades cancelaram ou adiaram os festejos de Carnaval. Em 2021, o cenário era ainda mais crítico. As vacinas recém tinham começado a ser aplicadas, o número de casos era crescente e o Rio Grande do Sul estava com medidas que proibiam festas e aglomerações em vigor.
— Sem dúvida, é um estágio muito diferente do que vimos há um ou dois anos. Aquele momento já passou, hoje o número de óbitos é muito menor, inclusive o número de casos graves que precisam ficar internados na UTI também é muito menor. A gente conversa com os colegas médicos e eles citam um ou outro caso que está na UTI, quando, naquela época, todos lembram, não haviam vagas na UTI para pessoas — lembrou Raskin.
O médico pontuou, porém, que apesar do Brasil estar vivendo uma fase menos perigosa, a pandemia ainda não acabou, uma vez que o vírus ainda está em circulação mundial. Para Raskin, a covid-19 deverá fazer parte da vida das pessoas por bastante tempo, como já é o caso de outras doenças infecciosas. E é por isso que, segundo o especialista, é importante repensar alguns hábitos adquiridos na pandemia, como o uso de máscaras, por exemplo.
— Se você está na rua, celebrando o Carnaval, a necessidade de máscara é muito menor. O ambiente é aberto e ventilado, o vírus não consegue se disseminar tanto. Agora, se você está em um salão de festas entupido de gente, o correto obviamente seria usar máscara. Se tiver muita gente, é quase certo que alguém ali estará infectado e a chance de passar para outras pessoas é enorme dentro de um ambiente fechado — aconselhou.
Raskin defendeu que na proporção que as medidas de segurança vão sendo flexibilizadas pelo governo, é necessário que a população tenha mais responsabilidade individual. Ele sugeriu que, caso alguém se sinta inseguro de ficar sem máscara em determinado ambiente, coloque a proteção. E, depois, se ir para um ambiente aberto ou passar a se sentir seguro, guarde o acessório no bolso.
— Temos que encontrar um meio termo, que não seja nem aquela situação terrível, em que não dava para tirar a máscara em lugar nenhum, nem uma situação em que não seja liberada completamente a necessidade, porque daí estaremos nos desprotegendo.
Apesar dos cenários serem diferentes, Raskin afirmou que ainda há risco de contaminação, de casos graves, internações e até óbitos por covid-19. O vírus pode continuar sofrendo mutações e novas variantes podem surgir. Mas, para quem está com o esquema vacinal em dia, o risco é cada vez mais baixo.
Confira a entrevista completa para saber mais sobre os cuidados com a covid-19 durante o Carnaval, vacinação e perspectivas a respeito do futuro da doença: