O número de casos de diarreia em praias do Rio Grande do Sul segue dentro do esperado para o verão. A informação foi confirmada pela reportagem de GZH em contato com as prefeituras de municípios do Litoral Norte e Sul nesta segunda-feira (16).
O cenário é distinto do verificado em Santa Catarina, que, no momento, contabiliza oito cidades com surtos de doenças diarreicas agudas (DDAs). Florianópolis teve 2,2 mil casos neste ano, segundo atualização desta segunda, cenário que faz a administração municipal classificar a circunstância como uma epidemia.
Além da capital catarinense, outras sete cidades registram surtos: Balneário Camboriú, Bombinhas, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Porto Belo e Itapema. As autoridades sanitárias ainda investigam o motivo de os registros estarem acima do normal para a estação.
Município litorâneo na divisa com Santa Catarina, Torres, no Litoral Norte, tem recebido pacientes com quadro de diarreia, mas em quantidade que não preocupa os profissionais:
— Só tivemos casos de pessoas que vieram de praia de Santa Catarina, quem foi passar a virada de ano por lá ou um final de semana. Mas de turistas do RS não temos registros fora da normalidade — diz a secretária de saúde de Torres, Suzana Machado.
Em Imbé, neste ano, foram atendidas 114 pessoas com diarreia, além de outras 71 com vômitos.
— É um número de atendimento comum no verão — resume Magda Regina Dörr, secretária de Saúde do município.
Conforme a direção executiva da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, que administra o Hospital Tramandaí, no Litoral Norte, não houve nenhuma mudança até o momento no atendimento a casos de diarreia. O mesmo cenário é observado Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Capão da Canoa.
Em Rio Grande, onde fica a Praia do Cassino, um dos pontos mais procurados por visitantes no Litoral Sul, a situação está sob controle, segundo Zelionara Branco, secretária municipal de Saúde:
— Até o momento não identificamos ocorrência de surtos ou aumento significativo de casos de diarreia. Os registros estão dentro do previsto para o período.
À reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que não foi detectado aumento além do esperado de doenças diarreicas agudas no Rio Grande do Sul.
Recomendações para evitar doenças diarreicas agudas, segundo a SES:
- Consumir água de fontes seguras (potável) tratadas, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Caso seja desconhecida a fonte, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e do preparo de alimentos por, no mínimo, cinco minutos
- A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deve ser realizada com água tratada e/ou fervida
- O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser oriundo de água potável e/ou fervida
- Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições
- Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas
- Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário
- Ambientes de creches e escolas demandam uma maior atenção, visto que são locais mais comuns para esses tipos de surtos