Após um pico em que as principais emergências e urgências de Porto Alegre estiveram superlotados, os hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) diminuíram um pouco o sufoco neste sábado (12), mas continuam a operar no limite da capacidade técnica, informa a Secretaria Municipal de Saúde.
Dentre os hospitais, o mais lotado é o Clínicas. Conforme a última atualização, feita no meio da manhã, eram 109 os internados na emergência de adultos, onde existem apenas 56 leitos. Lotação de 194%. A Santa Casa de Misericórdia estava com procura ainda maior: 204% de lotação, com 49 pessoas internadas, mas apenas 29 leitos no setor de emergência adulta. Mas essa capacidade de atendimento sempre supera o número de camas.
A média de lotação nas emergências é de 124%. Ao contrário do que possa parecer, a situação não é incomum na Capital. Inclusive já esteve pior esta semana, com média de 180% de ocupação de leitos, informa Neemias Freitas, diretor de Comunicação Social da Secretaria Municipal de Saúde.
— No momento não há restrições, ou seja, as emergências ainda recebem pacientes — diz Neemias.
Ele informa que dois sistemas de gerenciamento têm propiciado à secretaria remanejar pacientes para locais onde há mais leitos.
Ao longo da semana os hospitais de Clínicas e Conceição, os maiores da Capital, operaram com restrição, devido à superlotação. Só eram atendidos pacientes com risco de morte ou levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A maioria, segundo levantamento, com dor abdominal, dor torácica, mal-estar, AVC, dificuldade respiratória e problemas urinários. Curiosamente, a covid-19 não está entre as causas da excessiva busca hospitalar. Essa doença foi o principal motivo de internações em 2020 e em grande parte de 2021. Além das emergências normais, as mudanças de clima (ondas de frio ainda em meio à primavera) têm causado bastante procura pelos serviços de saúde, segundo a secretaria.
As UPAs, onde são atendidos pacientes com sinais de média e baixa gravidade, também têm atuado acima da capacidade. Todas as quatro (Lomba do Pinheiro, Bom Jesus, Moacyr Scliar e Cruzeiro do Sul) estavam com mais internações do que leitos disponíveis, na tarde deste sábado. No caso da unidade da Cruzeiro, o quadro se agravou porque durante toda a manhã foi feita manutenção de um gerador. Aí não foram admitidos pacientes. O atendimento foi normalizado durante a tarde, mas sempre com lotação superior ao número de leitos.